A Comunicação da tradiciência e a comunicação inclusiva para a conservação da sociobiodiversidade na Amazônia

O objetivo deste trabalho é compreender a comunicação, enquanto ciência, como parte do processo de tradiciência, conceito que começa a ser alinhavado a partir do estudo da relação entre a diversidade de conhecimentos, tendo a comunicação como elo de ligação entre os saberes e a extensão deles. A pesquisa também evidencia a comunicação inclusiva e participativa como instrumento de valorização da sociobiodiversidade e de resistência diante dos problemas que assolam os povos e comunidades tradicionais. O artigo analisa os caminhos de formatação e execução do multievento mundial Belém + 30, ocorrido na Amazônia. A partir de metodologia envolvendo análises de dados primários, secundários, observação in loco e de áudio e vídeo, conclui-se que a coabitação entre os conhecimentos, de forma plural e heterogênea, sem a hierarquização de saberes (SANTOS, 2007), é uma condição de força e poder, materializando-se na tradiciência como prática do conhecimento. A comunicação é fundamental na visibilidade da sociobiodiversidade para a sobrevivência dos povos e comunidades tradicionais, preservação ambiental e reprodução da vida no planeta. Nesse contexto, a ciência da comunicação se propõe a abrir caminhos para a visibilidade dos povos e comunidades tradicionais, em um momento de supressão de direitos e novas ameaças na Amazônia.