Esse trabalho tem por objetivo trazer uma discussão sobre a produção do espaço amazônico a partir das narrativas e experiências dos sujeitos migrantes que chegaram à região no contexto da construção da Rodovia Transamazônica, bem como a discrepância entre as expectativas alimentadas pelas propagandas feitas pelo governo com a realidade encontrada por eles ao se estabelecerem na região. A partir disso, é estabelecido um recorte de análise que é o município de Brasil Novo, mais especificamente a comunidade Santos Dumont, na Vicinal 19. As promessas em propagandas feitas pelo governo em meados de 1970, se baseavam no incentivo à migração partindo de um discurso que era necessário “fazer Amazônia”. A construção da rodovia não representava somente uma via de transporte, mas simbolizava um avanço ao que eles consideravam desenvolvimento. Através de uma pesquisa bibliográfica e um trabalho de campo realizado na comunidade, a fim de coletar dados sobre essa migração, foi possível captar as narrativas além da visualização de como o fenômeno migratório reconfigurou esse espaço, além de tornar evidente como as especificidades e bagagem dos sujeitos migrantes são cruciais no processo de produção do espaço amazônico.