Aplicações de ecologia cultural na definição da identidade extrativista/ribeirinha na Resex Rio Xingu

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Data

30-08-2024

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BERNALDINO, Itamir Costa. Aplicações de ecologia cultural na definição da identidade extrativista/ribeirinha na Resex Rio Xingu. Orientadora: Valéria dos Santos Moraes Ornellas. 2024. 32f. Trabalho de Curso (Licenciatura em Etnodesenvolvimento) - Faculdade de Etnodiversidade, Campus Universitário de Altamira, Universidade Federal do Pará, Altamira, 2024. Disponível em: https://bdm.ufpa.br/jspui/handle/prefix/7191. Acesso em:.
Este trabalho visa mostrar a relação dos moradores da Reserva Extrativista Rio Xingu com o seu território, de modo a compreender melhor a identidade Extrativista/Ribeirinha. Sabe-se que as atividades de extrativismo exigem que haja conhecimento do território, da ecologia das espécies exploradas e das regras culturais que as regulam. Por esse motivo, a ecologia cultural pode ajudar na compreensão de tal identidade, já que ela estuda a relação adaptativa de um povo para com o meio em que vive e do meio para com seus moradores humanos. Os saberes tradicionais vêm passando de geração em geração pelas famílias das comunidades Extrativistas/Ribeirinhas e, com o passar do tempo, ocorrem mudanças nos elementos da cultura desse povo, porque é natural do ser humano se adaptar às mudanças ocorridas durante o passar dos anos. As adaptações são necessárias para melhorar a estadia de um determinado grupo social ou indivíduo em meio à natureza. Buscando compreender tais processos, a pesquisa foi realizada em comunidades da RESEX Rio Xingu, através de: observação participante, entrevistas semi-estruturadas e oficina na escola. Foram identificadas sete categorias analíticas ecológicas culturais, que representam interações entre elementos da cultura para com o meio, padrões comportamentais adaptados às mudanças socioculturais e consequências das mudanças sobre a cultura. Algumas mudanças foram evidenciadas, como o desaparecimento da confecção de artesanatos em madeira e a transição alimentar que está acontecendo, com fortes influências do mercado externo de produtos processados. Por outro lado, o uso de remédios naturais, feitos à base de plantas medicinais, e a caça de subsistência ainda são mantidos. A pesca sofreu mudanças, devido a alterações nos ciclos do rio, causados por ação antrópica. Todos os saberes tradicionais pesquisados foram considerados como importantes conteúdos para serem tratados em sala de aula, a fim de melhorar o ensino e a aprendizagem dos estudantes. A oficina realizada com pais, alunos e prestadores de serviços educacionais na escola mostrou que todos os participantes conhecem os roçados, os castanhais e espécies de animais que os frequentam. Eles também se referiram a aspectos do manejo, do uso das plantas e de produtos obtidos a partir delas com certa precisão. No entanto, houve mais desconhecimento por parte dos jovens, o que demonstra a importância de uma educação diferenciada e contextualizada nas escolas das Reservas Extrativistas. Além do que, adultos entrevistados não sabiam definir muito bem a identidade Extrativista/Ribeirinha. Pode-se perceber a ecologia cultural como importante ferramenta para a organização dos saberes e fazeres tradicionais, a partir do que, torna-se possível esclarecer melhor os moradores da Resex sobre sua identidade.

Fonte

Disponível via correio eletrônico:bibaltamira@ufpa.br

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