O Processamento da prosódia implícita na leitura silenciosa do português escrito por surdos congênitos profundos bilaterais bilíngues Libras/Português do município de Tomé-Açu-PA

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01-01-2017

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SILVA, Rayse Rodrigues da. O Processamento da prosódia implícita na leitura silenciosa do português escrito por surdos congênitos profundos bilaterais bilíngues Libras/Português do município de Tomé-Açu-PA. Orientadora: Francisca Maria Carvalho. 2017. 22 f. Trabalho de Curso (Licenciatura em Letras – Língua Portuguesa) – Faculdade de Ciências da Linguagem, Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica – PARFOR, Campus Universitário de Abaetetuba, Universidade Federal do Pará, Tomé-Açu, 2017. Disponível em: https://bdm.ufpa.br/jspui/handle/prefix/6635. Acesso em:.
Neste trabalho investigamos, principalmente, o processamento da prosódia implícita na leitura silenciosa do português escrito por surdos congênitos profundos bilaterais bilíngues Libras/Português. Especificamente, analisamos o processamento da marcação prosódica gráfica na leitura silenciosa do português escrito por este público. Adicionalmente, comparamos a compreensão da leitura silenciosa do português escrito com/sem a marcação prosódica gráfica realizada por surdos congênitos bilaterais bilíngues Libras/Português. Adotamos a “Hipótese da Prosódia Implícita” de Fodor (2002, apud Carvalho, 2016) de que tanto as estruturas sintáticas quanto as prosódicas são computadas durante a leitura silenciosa e; a hipótese de Cagliari (1989) em que os sinais de pontuação funcionam como marcadores prosódicos na escrita. Aplicamos, também, um experimento de leitura silenciosa, off-line, não cronometrado. Nossos pressupostos foram que a) os surdos bilíngues Libras/Português possuiriam e realizariam a prosódia implícita durante a leitura silenciosa do português escrito; b) a marcação prosódica gráfica facilitaria o processamento da leitura silenciosa do português escrito por surdos bilíngues Libras/Português. Participaram deste estudo 08 indivíduos surdos congênitos profundos bilaterais bilíngues Libras/Português, idade entre 15 e 25 anos, que estivessem cursando ou já fossem concluintes do Ensino Fundamental (6º ao 9º ano) do município de Tomé-Açu-Pa. O material consistiu de dois textos da Língua Portuguesa: texto 01 “O Tatu com Vergonha”, com marcação prosódica gráfica; e o texto 02 “O Galo e a Raposa”, sem marcação prosódia gráfica. Assim sendo, 04 participantes leram silenciosamente e responderam um questionário de 06 questões de múltipla escolha do texto com marcação prosódica gráfica e 04 realizaram a mesma tarefa com o texto sem a marcação prosódica gráfica. Os resultados desta pesquisa evidenciaram que os participantes que leram o texto escrito da Língua Portuguesa com a marcação prosódica gráfica obtiveram 63% de acertos. E os participantes que leram o texto escrito da Língua Portuguesa sem a marcação prosódica gráfica atingiram 67% de acertos. Tais evidências nos permitem inferir que a prosódica gráfica não influenciou no processamento da leitura silenciosa de textos escritos do português escrito por surdos congênitos profundos bilaterais bilíngues Libras/Português, contrariando a “Hipótese da Prosódia Implícita” de Fodor (2002). Possivelmente, confirmam as investigações de Carvalho (2016) de que os surdos compreendem os textos escritos da Língua Portuguesa por meio da semântica.

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