O yoga enquanto conteúdo da educação física escolar: limites e possibilidades

Foi com o chamado “Movimento Renovador”, nas décadas de 70 e 80, que se ampliou o debate em torno do papel da Educação Física nas escolas brasileiras, contestando sua base teórica, buscando sua relevância para a educação e também sua função social. Antes desse período havia certa aceitação de que a Educação Física era uma disciplina com fins de desenvolvimento da aptidão física dos alunos e de iniciá-los na prática esportiva. Hoje em dia, porém, avançou bastante a produção acadêmica em torno dessa área do conhecimento, com o surgimento de várias abordagens, um vasto número de livros e artigos, a consolidação de renomados autores, e também onde documentos importantes, como os PCNs, vem afirmar como função da Educação Física não apenas trato com os conteúdos da cultura corporal de movimento, mas de formar seus alunos para o exercício crítico da cidadania e da melhoria da qualidade de vida. É neste sentido, onde o aluno não está isolado de outros aspectos da vida, que esta pesquisa traz a proposta do conteúdo Yoga, objetivando apresentá-lo como alternativa e possível conteúdo nas aulas de Educação Física escolar. Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica de caráter qualitativo e que foi norteado pelo seguinte problema de pesquisa: quais as contribuições do Yoga para a educação ética, social e corporal dos educandos? Organizado inicialmente pelo sábio indiano Patanjali, no século IV a. C., o Yoga é um sistema óctuplo que abrange desde cuidados com o corpo e a mente, até questões éticas e de educação, não se resumindo, portanto, apenas a posturas mecânicas e pré-determinadas. Assim, acreditamos que com este estudo se pode ampliar a concepção de educação, de Educação Física, de escola, de aluno, de professor, e muitas outras categorias, oferecendo aos professores novas propostas para (re)pensarem suas aulas, sendo o Yoga um valioso instrumento para uma educação inovadora, não fragmentada, emancipatória, autônoma e crítica.