A violação do direito á educação: faltam escolas de ensino médio no campo

Este trabalho investiga os impactos da violação do direito à educação na vida de jovens camponeses e suas famílias na região da Transamazônica, no sudoeste do Estado do Pará. Apesar de certos avanços em termos de políticas públicas em geral, quando se trata da educação do campo na etapa terminal da educação básica, o ensino médio, a juventude do campo ainda enfrenta imensas dificuldades de acesso e permanência na escola: ou essa etapa de escolarização simplesmente não existe nas comunidades rurais ou é ofertada de maneira precária, exigindo inúmeros sacrifícios dos estudantes e de suas famílias para acessá-la. O objetivo principal desta pesquisa é ouvir os jovens e suas famílias e, a partir dessa escuta, refletir a respeito de possibilidades menos danosas de efetivar o direito à educação nessa etapa terminal da educação básica nos territórios rurais, com participação popular e qualidade social e acadêmica. A metodologia utilizada se constituiu de pesquisa de campo com realização de entrevistas com os sujeitos envolvidos. O percurso de reflexão e análise se valeu do diálogo com Stropasolas (2006; 2014), Carneiro (2011), Castro (2009), Dayrell (2007; 2014), Barcelos (2021), entre outros. Os resultados preliminares apontam a necessidade de se pensar políticas públicas educacionais mais concretas e adequadas à realidade das juventudes camponesas, sob o risco de essa categoria continuar sendo forçada a sair do campo.