Olhos que escutam: a ludicidade como ponte na mediação pedagógica do professor na educação de surdos

O presente artigo tem como objetivo analisar as práticas pedagógicas adotadas por docentes no ensino regular que atendem alunos surdos, com o propósito de identificar os desafios enfrentados no contexto escolar e compreender as estratégias adotadas para garantir um processo de ensino-aprendizagem inclusivo. A pesquisa fundamenta-se em legislações brasileiras, como a Lei nº 10.436/2002, o Decreto nº 5.626/2005 e a lei nº 14.191/2021, e em autores que discutem a educação de surdos, a mediação docente, a inclusão escolar e a organização da educação regular frente às diferenças, como Quadros (2006) e Mantoan (2003). Por meio de revisão bibliográfica, investigou-se de que maneira os jogos pedagógicos e recursos lúdicos favorecem a compreensão conceitual, a autonomia e o engajamento dos estudantes surdos, promovendo práticas inclusivas, considerando a Libras como primeira língua e a Língua Portuguesa como segunda língua. Os resultados indicam que a ludicidade, integrada ao planejamento escolar e mediada por docentes qualificados em Libras, contribui para o aprendizado, o acesso ao conhecimento e para a participação ativa dos alunos no ambiente escolar. No entanto, a efetivação dessa proposta ainda enfrenta desafios, especialmente relacionados à formação inicial e continuada dos professores e à implementação de políticas educacionais que garantam suporte institucional adequado. Conclui-se que a utilização de estratégias lúdicas, articuladas ao contexto bilíngue e à mediação docente em Libras, possibilita a adequação do ensino às especificidades linguísticas e visuais dos alunos surdos, promovendo o acesso aos conteúdos escolares, a participação nas atividades e a interação com a turma, em conformidade com as orientações legais para a educação bilíngue inclusiva.