Avaliação do calor de hidratação de cimentos com gelo pelo método da garrafa de Langavant

Os concretos massa se caracterizam pela alta liberação de calor nas primeiras horas após a mistura, exigindo estratégias para minimizar fissuras térmicas. Uma alternativa eficaz é a substituição parcial da água por gelo, reduzindo a temperatura no lançamento do concreto. Para avaliar o desenvolvimento do calor de hidratação, estudos laboratoriais são fundamentais, sendo que normas brasileiras estabelecem ensaios específicos para monitorar as curvas térmicas do cimento e do concreto ao longo do tempo. Desta forma, a presente pesquisa teve como objetivo, avaliar o efeito de teores de gelo, no calor de hidratação de traços contendo cimentos de interesse de uma concreteira que visa a produção de elementos de fundação. O estudo experimental incluiu a moldagem de dois grupos de traços: três compostos por cimento CPII F 40, areia, aditivo 0,2% (0,72 g) e gelo nos percentuais de 0%, 50% e 100%, e três contendo CPIV-32, areia, aditivo e gelo nas mesmas proporções. Os ensaios foram conduzidos conforme os procedimentos recomendados na ABNT NBR 12006:1990 (semi-adiabático). Os resultados indicaram que todos os traços com gelo apresentaram redução nas curvas de calor de hidratação em comparação ao traço sem gelo. O traço mais eficiente ao se fazer comparação entre os cimentos foi o CPIV-32 com 100% de gelo, seguido pelo CPII F-40 com 100% e pelo CPIV 32 com 50%, resultando em reduções de calor de 0,31%, 29,14% e 0,31%, respectivamente. Os ensaios na Garrafa de Langavant conseguiram demonstrar o desempenho térmico dos traços contendo os cimentos de interesse da concreteira, possibilitando uma avaliação preliminar da empresa sobre a seleção dos materiais utilizáveis na dosagem do concreto, visando a redução do calor de hidratação de elementos de fundação de edifícios.