Gênero e formação docente: o curso de licenciatura em pedagogia e a formação do/a pedagogo/a para trabalhar as relações de gênero na escola

A luta das mulheres pelo reconhecimento de seus direitos e pela supressão das desigualdades de tratamento entre os gêneros, é longa e cada vez mais fortalecida pelo coletivo de mulheres que não aceitam mais ser tratadas como um segundo sexo. No contexto desse debate, o presente artigo tem como finalidade apresentar o resultado de um estudo realizado sobre a formação docente para trabalhar as relações de gênero na escola. Numa visão geral, objetivou analisar o Projeto Pedagógico do Curso – PPC, de Licenciatura em Pedagogia da Faculdade de Educação do Campus Universitário do Marajó-Breves e as contribuições que os componentes curriculares desse curso, trazem para a formação de professores/as que tenham como habilidades a produção de práticas pedagógicas e o debate sobre as relações de gênero na escola. De forma específica, buscou identificar que componentes curriculares do Curso de Licenciatura em Pedagogia trazem contribuições para que os futuros professores/as tenham formação para debater e trabalhar as relações de gênero na escola. A base teórica e metodológica firmou-se na abordagem de pesquisa qualitativa (KAUARK; MANHÃES; MEDEIROS, 2010). Assumiu a forma de pesquisa bibliográfica e Pesquisa Documental (TOZONI- REIS, 2009), por ter importância fundamental às análises dos conteúdos do documento. A coleta de dados deu por meio do PPC, ano 2011. Como base teórica fundamentou-se em Connel (2015), Foucault (1988, 2009), Gomes (2007) e Louro (1997, 2003, 2010). Os resultados indicaram que no PPC, há orientações para o desenvolvimento de competências, habilidades e sete componentes curriculares que apontam de forma direta, por meio das ementas e bibliografias, contribuições à formação acadêmica do/a pedagogo/a para o desenvolvimento de habilidades e competências para a produção de práticas pedagógicas que discutam as relações de gênero na escola. Considerou que o processo de formação, dependem do currículo obrigatório do curso, mas também, dos/as professores que os lecionam, das teorias do conhecimento que embasam as práticas pedagógicas desses agentes, da postura diante da realidade social e da maneira como medeia o conhecimento.