Fatores que influenciam a prática da introdução alimentar de crianças brasileiras.

Por volta do sexto mês de vida, o grau de tolerância gastrointestinal e a capacidade de absorção de nutrientes atingem uma maturação oportuna para a iniciação de novos alimentos, no qual a criança vai se ajustando fisiologicamente para uma alimentação mais variada quanto a consistência e textura. A transição é feita com a disponibilidade de alimentos em forma de papa, passando para pequenos pedaços e, após os 12 meses, na mesma consistência consumida pela família. Deve­se priorizar alimentos in natura e incluir os diferentes grupos alimentares afim de suprir todas as necessidades nutricionais da criança. O início precoce de novos alimentos está associado a um maior número de episódios de diarreia, risco de desnutrição, alergias, menor absorção de nutrientes importantes presentes no leite materno e vem proporcionando problemas como o desenvolvimento da obesidade, principalmente com o consumo frequente de alimentos ultraprocessados. Já a introdução tardia, torna a criança mais vulnerável a alergias, deficiências nutricionais e déficit no desenvolvimento. Diante disso, o presente estudo teve como objetivo investigar os fatores que influenciam a prática da introdução alimentar de crianças brasileiras. Foi realizado um estudo do tipo revisão integrativa da literatura, no qual determinou­se como critérios de inclusão artigos científicos em língua portuguesa, publicados entre 2017 e 2021, texto em sua totalidade disponível nas bases SciELO, Lilacs e Google Acadêmico. A partir da análise das características metodológicas, foram selecionados 14 artigos de relevância para o tema, estando presentes os da Região Sudeste, Região Nordeste e Região Sul. Diante disso, pôde­se verificar que os fatores que interferem na prática da introdução alimentar em crianças brasileiras, incluem o conhecimento materno, a rede de apoio, fatores socioeconômicos, sociodemográficos, idade e escolaridade materna e acesso aos serviços de saúde. Pode­se concluir que a prática do aconselhamento nutricional representa um desafio, devido ao seu caráter multifatorial. A implementação de estratégias para a promoção do aleitamento materno exclusivo, e da adequada alimentação complementar deve levar em consideração estes fatores, para tentar obter os impactos positivos reconhecidos destas práticas no estado nutricional e na saúde de lactentes, sendo crucial o trabalho da equipe multiprofissional na Saúde Pública, com ênfase no nutricionista, promovendo educação nutricional.