Desenvolvimento de dispositivo para proteção eletrostática e aplicação de revestimento super-hidrofóbico em isoladores de alta tensão

A corrosão é um dos principais fatores que geram prejuízos na ordem de milhões de reais para empresas do setor de energia devido à deterioração precoce dos equipamentos elétricos das redes de alta tensão. Dentre estes se destacam os isoladores do tipo disco de vidro, os quais são formados por uma campânula metálica, um pino de aço carbono, um disco de vidro e argamassa estrutural para unir os três elementos anteriores. A ação da poluição atmosférica, umidade e intenso campo elétrico sobre a superfície desses isoladores propiciam o acúmulo de cargas e a incidência de descargas elétricas na superfície dos pinos, fatores que maximizam a degradação dos mesmos, resultando na falha catastrófica do equipamento. Nesse sentido, este trabalho desenvolveu um dispositivo anticorrosivo para pinos de isoladores, baseado no princípio da blindagem eletrostática, com o objetivo de anular a presença de cargas superficiais e a incidência de descargas elétricas na superfície dos pinos. Também avaliou a aplicação de revestimento super-hidrofóbico na superfície dielétrica de um isolador, objetivando verificar a redução da camada de poluição depositada sobre a mesma. Além disso, fez um ensaio de corrosão atmosférica com um corpo de prova de aço carbono exposto às condições ambientais da cidade de Abaetetuba. Os resultados de uma simulação computacional mostraram claramente que o dispositivo anticorrosivo consegue anular a influência de campos elétricos sobre os pinos, fato que foi reafirmado por um ensaio experimental que comprovou a eficácia do dispositivo em blindar eletrostaticamente a superfície do pino de um isolador de vidro, pois evitou que descargas elétricas da ordem de 20 a 60 kV atingissem a superfície do mesmo. Além disso, análises realizadas após a aplicação do revestimento super-hidrofóbico na superfície vítrea de um isolador comprovaram a eficiência do produto na remoção de poluentes, o que condiz com o ângulo de contato de 155,55º formado entre a superfície revestida e gotas de água. O ensaio de corrosão, por sua vez, revelou que o corpo de prova de aço carbono perdeu aproximadamente 0,56 g durante 1 ano de exposição às condições ambientais da cidade supracitada.