O sebastianismo em São João de Pirabas: sincretismo religioso e memória popular de um rei que de colonizador se torna afro brasileiro

Esta pesquisa tem como objetivo compreender a tríade sincrético-religiosa que adorna o sebastianismo pirabense e que deu origem ao “nosso Rei Sabá” e o porquê da firme presença de crenças e sua importância para a construção da identidade local. A história oral foi a metodologia usada para a elaboração deste artigo, pois “Nosso Rei Sabá” está na vivência da comunidade, na memória dos pescadores e nas fortíssimas crendices e cultos da população, principalmente dos fiéis da umbanda. Por isso, é importante destacar como as narrativas orais dão sustentabilidade e perpetuação desse mito em nosso município. Do sebastianismo pirabense desencadeiam-se lendas, contos, mitos, história e curas que povoam o imaginário da região, os quais, paradoxalmente, (re) alimentam a Una-trindade que se inscreve no mito sebástico e opera como seu sustentáculo. Muitos questionamentos foram feitos, tudo para que se compreenda, quem seria o Rei Sabá da ponta do Castelo? Que relação teria com D. Sebastião e S. Sebastião? Qual a importância para a comunidade e por que é importante? Por que há um culto e devoção tão forte pelos moradores dessa região? E como se dá a relação com o sincretismo religioso?