Mulheres benzedeiras de Salinópolis: práticas de cura, entre mudanças e permanências

O objetivo deste artigo é discutir e analisar as práticas de cura de Benzedeiras de Salinópolis, tendo em vista as diferentes problemáticas que elas enfrentam como: o preconceito religioso, a sociedade patriarcal, o dia a dia difícil de mulheres negras que vivem na periferia, entre outros. Esta manifestação cultural é realizada majoritariamente por mulheres que benzem e que curam com a fé, por meio da religiosidade e sincretismo com base na herança africana, indígena e europeia. É importante discutir sobre essas práticas por meio de uma abordagem de como esse ofício foi adquirido, como são realizados, quais materiais e ervas que as mesmas utilizam em suas curas e/ou rezas, como as mesmas são vistas pela sociedade e qual público costuma procurá-las com o intuito de tratamento de doenças, almejando graças na vida pessoal por meio da benzedura. É preciso compreender também, como se dá a continuidade desta tradição ao longo das gerações dessas mulheres, por que são elas que benzem e o que está por detrás dessa prática em Salinópolis? Como metodologia, a pesquisa vai utilizar entrevistas por meio de áudios e também fotografias com a finalidade de mostrar os relatos das práticas do benzimento, utilizando-se de fontes orais e imagéticas. Pretende-se confirmar com essa discussão que as mulheres ainda são procuradas por muitas pessoas no município, e que a tradição é passada de geração em geração. Ademais, que os indivíduos acreditam no dom da cura, no sincretismo próprio das religiões de matriz africana, como a Umbanda, além de acreditar na herança da religiosidade indígena em paralelo ao sistema de saúde pública.