Avaliação/vistoria e análise econômica de recuperação de danos em habitações de interesse popular, na região Amazônica

Diante do crescimento urbano desordenado e consequentemente aumento do déficit habitacional, o Estado tem buscado formas de minimizar essa problemática, a exemplo desde 2009 foi criado o Programa Minha Casa Minha Vida do Governo Federal, que visa a implantação de conjuntos habitacionais voltados para as classes de menor poder aquisitivo. Assim buscou-se métodos construtivos de baixo custo e tempo de execução, e que devido à baixa gestão e fiscalização resultaram em uma grande incidência de manifestações patológicas. Diante do exposto, o presente estudo busca fazer um levantamento quantitativo dos danos que se fazem presentes em habitações populares da região amazônica, apresentando as manifestações patológicas mais incidentes, uma análise financeira do custo dos reparos necessários nesses tipos de residências, além de retratar de uma forma geral, as condições de habitabilidade, conforto e segurança desses núcleos vistoriados. Para isso foram analisados 829 laudos de uma empresa privada que foram utilizados para entrar com ação contra a Caixa Econômica Federal visando receber o valor cabível para sanar os problemas encontrados. Neste estudo, verificou-se que entre as manifestações mais recorrentes estão relacionadas a pintura, revestimento cerâmico, esquadrias, instalações hidrossanitárias e elétricas, provavelmente decorrentes de erro de execução e/ou utilização de materiais de baixa qualidade, os quais podem ser minorados caso haja fiscalização mais eficiente durante a construção desses empreendimentos. Ainda se verificou que o valor para sanar os danos encontrados nas UHs é acima de 58% do valor utilizado para a construção das mesmas, chegando a custar até 90% do valor inicial, custo inviável para pessoas que tem como remuneração base o salário mínimo. Trata-se de problemas e custos expressivos, que poderiam ser evitados caso houvesse um rigor maior nas etapas iniciais de projeto e execução destas moradias.