Diagnóstico temporal e espacial das análises físico-química no Rio Pará-BARCARENA-PA

O presente estudo foi realizado no rio Pará, município de Barcarena – PA e teve como foco principal analisar dados físico-químicos da qualidade das águas superficiais nos anos de 2012 a 2016, relacionando também o comportamento hidrometeorológico, ou seja, uma análise da tendência temporal e espacial da qualidade das águas superficiais do referido rio. Levando-se em consideração a variabilidade da precipitação sazonal anual, os diagnósticos sobre a climatologia das precipitações no Estado do Pará foram essenciais para os resultados. O município é caracterizado pela presença de grandes indústrias do ramo de mineração, pigmentos e celulose e possui um porto para o escoamento da produção, localizado em Vila do Conde. A caracterização físico-química tem uma grande importância no momento de identificar e quantificar elementos e espécies iônicas presentes no corpo hídrico. Testes paramétricos foram utilizados para avaliar 18 variáveis físicas e químicas em 3 pontos de monitoramento, efetuando-se 10 campanhas de coletas e algumas das análises in loco, para que não perdessem muito das suas características. Os resultados foram comparados aos padrões brasileiros de qualidade de águas doces (Classe 2), conforme a Resolução n° 357 de 2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente. Em algumas amostras os resultados das avaliações indicaram que os parâmetros pH, cor, DBO e ferro apresentaram-se fora dos valores permitidos do CONAMA 357, em significância a estes que variaram de acordo com o período sazonal da região e/ou através da influência de despejos de esgotos urbanos situado próximo ao ponto 2. A maior degradação é decorrente da poluição por esgotos domésticos, concluindo-se que combinada à variabilidade climática da região, potencializa significativamente a alteração dos parâmetros das águas do rio Pará. A vulnerabilidade hídrica gerada por esta combinação, afeta principalmente as populações do distrito de Murucupi e Vila do Conde que fazem uso da água do rio, e consequentemente, aumentam os riscos à saúde pública, especialmente em locais próximo dos igarapés com despejos sanitários.