Pontos de memória: uma via conceitual de museu no bairro da Terra Firme

Este estudo faz uma análise do Programa Ponto de Memória,mais especificamente da sua experiência no bairro da Terra Firme -enfocando na ótica da Museologia e em algumas teorias sobre movimentos sociais. A partir destas abordagens será possível delimitar alguns traços que definem o Programa como uma política pública, dentro do campo dos museus. Lembrando, que a onda de pensamento que se alastrou pelo mundo nas décadas de 1960 e 1970, fruto do movimento de maio de 1968, tiveram relação direta com criação de estruturas ideológicas dentro da Museologia, que passou a reivindicar um museu do povo e uma museologia popular. A “Nova Museologia”, nesse sentido, influenciou uma serie de políticas públicas em diversos países. No Brasil os Pontos de Memória foram criados em 2009, e até o momento é o programa máximo do governo federal para fomentação da memória social e ações museológicas em comunidades historicamente excluídas da lógica hegemônica de cultura construída pelas elites e representada na maioria dos museus tradicionais. O Ponto de Memória da Terra firme, localizado na periferia de Belém,é uma dessas ações, que em parceria com o Museu Paraense Emílio Goeldi vem construindo atividades pautadas na formação e fortalecimento da cultura da comunidade. Contudo as novas formas de museu estão cheias de contradições, enfrentam as barreiras legais, a falta de investimento financeiro e os problemas sociais. Estas são algumas considerações que se encontram em sintonia com a dificuldade de se compreender o Museu Integral, alimentando uma crise dos sujeitos individuais e coletivos com o museu.