Ser-atriz e ser-professora – a busca pelo ser-perfeito: atravessamentos de uma trajetória na Graduação em Teatro

O presente estudo gira em torno da seguinte questão: “para ser professora/professor de Teatro, é preciso ser atriz/ator?”. Este questionamento impulsiona a pesquisa e a minha formação profissional. O trabalho expõe os caminhos percorridos por mim, uma discente de Licenciatura em Teatro que desejava ser atriz, mas se viu em um curso que a formaria professora de Teatro. Aponto relevâncias que atravessam e transformam o processo de pesquisa. A partir do mito grego das almas gêmeas, o qual tomo como analogia, divido-me em duas metades: o ser-atriz e o ser-professora, que buscaram se encontrar para formar o ser-perfeito. Baseio-me em minhas vivências, sentimentos, sensações e escolhas que fiz, buscando responder à pergunta exposta. Não almejo que minha trajetória seja tomada como único modo de resolução da questão. Quero provocar reflexões, pois a pergunta existe para que cada um analise-a de acordo com a sua prática. Tenho encontros com autores que trazem luz aos meus relatos e análises sobre o processo de construção do meu ser-perfeito, entretanto, opto por produzir esta pesquisa, prioritariamente, a partir da autoridade que tenho, e que só eu tenho, para falar sobre meu trajeto teatral e as descobertas da atriz e professora que sou. Não concluo dizendo “sim” ou “não” ao questionamento, pois a única certeza que tenho é que nada está finalizado. Esse ser-perfeito existe mesmo? Estou em estado de busca, esse “ser” está em construção, busco o que me falta, o ser-perfeito quer revelar a busca, o “ser” é futuro.