Distribuição vertical das larvas de Neritina zebra (BRUGUIÈRE, 1792) (mollusca: gastropoda) durante a maré vazante da Baía do Guajará (PA)

Em estuários, as larvas apresentam diferentes estratégias de migração vertical para minimizar ou maximizar a exportação ou retenção de acordo com o seu desenvolvimento embrionário e larval. O presente estudo foi realizado na baía do Guajará com o objetivo de determinar um padrão de distribuição vertical na coluna d’água em relação à densidade (ind./m³) e tamanho médio (μm) das larvas de Neritina zebra durante a maré vazante. Dessa forma, as amostras de zooplâncton foram coletadas no mês de dezembro (2013), sendo definidas três fases durante a maré vazante, a fase inicial (após a preamar), fase de pico (máxima vazante) e fase final (próximo a baixamar); e duas profundidades: próximo à superfície (doravante referida como ‘superfície’) e meia-água (em profundidade aproximada de 4m). A velocidade média de corrente de maré na coluna d’água foi obtida através de um perfilador de corrente por efeito Doppler (ADCP). A maré e a profundidade foram fatores que influenciaram a distribuição e o comportamento dos indivíduos, as quais ao longo da vazante se observou a diminuição da densidade média devido à intensificação da velocidade média de corrente ao longo da maré vazante. Em relação à profundidade, na superfície foi observado larvas de menor tamanho médio, enquanto em profundidade de meia-água se localizavam os indivíduos de maior tamanho médio. Portanto, foi notório que provavelmente as larvas de N. zebra apresentaram migração descendente como medida a minimizar o efeito de exportação à jusante.