Paisagem e patrimônio natural na percepção das populações tradicionais e da dinâmica costeira na praia do vai quem quer, Ilha de Cotijuba, Belém – Pa

Este artigo foi organizado a partir de um estudo de vulnerabilidade da orla costeira da porção norte da ilha de Cotijuba-PA, com dados oriundos de processos físicos erosivos ou de sedimentação, nos quais o ambiente praial é impactado. Nesse sentido, o artigo trabalha com os conceitos de patrimônio e paisagem, além da percepção da população da ilha com relação aos diferentes impactos advindos da dinâmica costeira. Para isso na metodologia adotada, houve a revisão bibliográfica; com a abordagem de ferramentas das geotecnologias; somadas ainda à atividade de campo para observação e levantamento de dados da área de estudo através de escuta ativa com conversas abertas, que auxiliaram na análise da percepção dos moradores, seja no reconhecimento da paisagem, enquanto patrimônio natural, seja nos diferentes usos e ocupações para compreender melhor os impactos da dinâmica costeira sobre o ambiente praial do Vai Quem Quer da ilha de Cotijuba-PA. Os resultados mostram fenômenos de erosão com a retirada de materiais encontrados na praia e nas falésias para construção de muros e residências. Diante disso, nota-se que na ilha de Cotijuba, a paisagem é percebida na mudança na linha de costa, termos temporais, evidenciado pelo recuo contínuo das falésias, tudo afetando o perfil da economia do local, pois a paisagem é integrada aos usos sociais costumeiros, que incluem desde o banho de mar, o uso dos restaurantes, para o lazer e turismo. As feições naturais, pela beleza cênica, chamam a atenção da população local, além de turistas. Vale ressaltar que as rochas e a areia da praia têm sido utilizadas para muitos fins, desde a construção de casas, como também a manutenção de bares e restaurantes. A paisagem é assim vista, integrada e usada como recurso ambiental e cultural pela população de Cotijuba.