Educação inclusiva e o ensino de ciências: o caso do município de Breves, Marajó

A inclusão escolar de alunos com deficiência embora, disposta como direito legal que prevê o acesso, a permanência e o sucesso no processo de escolarização na classe comum da escola regular, ainda é um desafio para muitos professores, considerando que a maioria encontra dificuldades para efetivar tal processo. Em vista disso, o presente trabalho teve como objetivo principal assimilar a situação do ensino inclusivo, notadamente quanto aos seus limites e desafios, no âmbito do ensino de Ciências. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, e para atingir os objetivos, adotamos como instrumento de coleta de dados um questionário semiestruturado. Foram entrevistados seis professores de Ciências de quatro escolas básicas do município de Breves. Após a análise dos dados, observamos que a maioria dos docentes que ensinam Ciências não se sente seguros para trabalhar com esses alunos, em virtude de não serem formados na perspectiva de trabalhar com a inclusão de alunos com deficiência. Além disso, a falta de suporte escolar necessário para desenvolver as habilidades dos alunos foi uma reclamação constante dos professores para desenvolverem uma prática pedagógica de qualidade. A minoria desses professores tenta suprir a falta de conhecimento na área recorrendo a cursos de formação continuada. Apesar da garantia de oferta de ensino inclusivo estar regido por legislação nacional, evidenciamos que nem todas as escolas e docentes encontram-se preparados para garantir esse preceito legislacional. Isso nos leva a considerar que será necessário rever os currículos de formação inicial de professores para prepará-los adequadamente para trabalhar com este público e em paralelo o poder público precisa oferecer suporte adequado aos professores quando estes chegarem as salas de aula.