Elaboração de gibi como instrumento de educação celíaca

Sensibilizar as pessoas sobre a doença celíaca tem direta relação com a qualidade de vida de celíacos. Cuidadores de celíacos e celíacos são rotineiramente incompreendidos por adotarem a rigorosa alimentação sem glúten. Esta falta de empatia está diretamente relacionada a agravos emocionais, exclusão social e depressão. Este trabalho teve como objetivo desenvolver um gibi com a temática celíaca para sensibilizar crianças e adultos, gerando uma postura mais empática frente a condição celíaca. O presente trabalho faz parte de um projeto de extensão que possui aprovação do comitê de ética da Universidade Federal do Pará (n° 899.717). Para a construção do roteiro foi elaborado um questionário online para coletar histórias vividas pelos celíacos que eles julgassem importantes para serem contatadas em formato de gibi. As respostas foram transcritas para o Excel para a seleção das temáticas que seriam consideradas no roteiro, após a construção do roteiro o mesmo foi enviado a um cartunista. Uma personagem fictícia foi criada (Lina) para embalar o enredo do gibi. Ao total foram coletadas 39 histórias, com temáticas que variaram desde situações de diagnóstico até o convívio social. O gibi foi organizado em 7 episódios (Lina e sua descoberta; visita ao nutricionista; mudanças; festinha de aniversário; ida ao supermercado; quero ficar em casa; formatura da mamãe), que narraram o diagnóstico difícil, as etapas para confirmação da doença, os detalhes no momento da compra de alimentos, as frustrações e dificuldades e algumas situações rotineiras de festinha de aniversário e o comer fora de casa. O formato final do gibi constou de 80 figuras e 20 páginas, tamanho a3. Podemos concluir que compartilhar histórias reais é uma via interessante de divulgar a informação e como são reais o impacto sobre a empatia acaba sendo mais positivo. A narrativa do gibi oportuniza ao leitor uma aproximação a realidade celíaca, mostrando que, situações tão comuns e simples do dia a dia podem ser um tormento na vida do celíaco e de sua unidade familiar e que nós podemos auxiliá­-los nesse manejo da doença com atitudes positivas e empáticas.