Percepção sobre a conservação do meio ambiente dos feirantes da feira livre João Costa em Breves-PA: estudo exploratório

O lugar em que vive, visita, percorre, os mundos sobre os quais se lê e vê, e os domínios da imaginação e percepção contribuem para a reconstrução pessoal da imagem da natureza, de tudo o que o homem constrói e do próprio homem. Assim, as pessoas possuem visões diferenciadas do meio em que estão inseridas. Como resultado, a forma com que os indivíduos se relacionam com o meio ambiente é definido pela percepção que ele tem do mesmo. Por isso, foi realizada uma pesquisa na Feira Municipal João Costa, como parte do projeto ―Sessões de Cinema na Feira: Um Convite à Sensibilização Ambiental quanto ao Descarte Inadequado de Resíduos Sólidos a Feirantes e Estudantes de Breves-PA (Ilha de Marajó), com o objetivo de verificar a percepção de preservação ambiental dos feirantes que desenvolvem atividades no local. A pesquisa de caráter exploratório fundamenta-se no método dialético, com abordagem essencialmente qualitativa, cujo instrumento de coleta de dados foi um roteiro de entrevista estruturada. Os resultados obtidos revelam a dificuldade dos feirantes em reconhecer a comunidade, o local de trabalho e a casa como um ambiente. A percepção de ambiente/meio ambiente deles consiste em uma relação do homem com a natureza para fins utilitaristas sem investir na preservação dos recursos naturais em processos de desenvolvimento sustentável (percepção antropocêntrica). O meio ambiente ainda é visto como um espaço de exclusão do homem (percepção naturalista), quando na verdade, ele inclui dimensões naturais, sociais e culturais. A percepção limitada do meio ambiente, se manifesta na falta de compromisso no gerenciamento dos resíduos gerados no local de trabalho; e em pequenas atitudes cotidianas que impactam no meio ambiente, como pensar no reaproveitamento de resíduos antes do descarte no lixo. O que aponta para a não percepção do impacto das ações humanas no meio em que vive.