A análise de redes complexas como forma de identificar sintomas para a extração de dados clinicamente importantes na psicopatologia

Este trabalho tem como objetivo geral verificar as possibilidades de integrar a teoria de redes complexas com a psicopatologia para analisar transtornos mentais com base na experiência de mães de crianças pequenas. As redes de sintomas, como são conhecidas, podem oferecer uma perspectiva diferenciada desse tópico, ao relacionar transtornos mentais com os sintomas apresentados e mostrar que, na verdade, os sintomas afetam uns aos outros, descartando a ideia de uma causa comum. Algumas etapas foram realizadas no intuito de alcançar essa meta, são elas: (i) Estudar as redes complexas e entender como elas podem ser aplicadas na construção de teias de relacionamentos; (ii) Propor possibilidades de empregar as redes complexas na psicopatologia, mais especificamente, na análise de transtornos mentais; (iii) Usar as redes complexas como uma alternativa para a visualização de dados. Para esse fim, um questionário elaborado originalmente no Instituto de Psicologia da Universidade da Virgínia, EUA, foi respondido por 50 mães brasileiras de crianças pequenas. As perguntas do questionário, em sua grande maioria, buscam verificar o quanto o processo de criar um filho pode ser exaustivo ou até angustiante. Analisando os dados apresentados por meio de redes complexas, notou-se que houve mães afirmaram que seus filhos as irritam bastante para a maioria das perguntas do questionário, o que leva diretamente a um quadro de estresse alto. Infelizmente, neste trabalho, não foi possível relacionar tais níveis de tensão com algum transtorno mental por parte das entrevistadas. Porém, na revisão bibliográfica realizada, os autores mostram que os níveis de estresse altos são mais evidentes em mães de recém-nascidos e de crianças que possuíam algum tipo de distúrbio ou doença. O exame de distúrbios mentais é uma problemática complicada e a análise dos resultados obtidos apenas fortalecem a importância de dar aos profissionais e interessados no campo novas perspectivas de como estudar tais desordens. Contudo, a complexidade de tais transtornos e funcionamento da mente humana são os principais desafios a serem combatidos para a implementação de redes na psicopatologia.