A EDUCAÇÃO DO CAMPO E A RELAÇÃO COM A IDENTIDADE LOCAL: reflexões a partir da escola São Tomé em Breves – Pará

Este trabalho trata da relação da educação do campo com a identidade local, a partir da prática docente materializada na Escola São Tomé, no município de Breves. Procura responder a seguinte problemática: A prática pedagógica materializada na Escola do campo São Tomé, em Breves no Marajó, contribui com o reconhecimento da identidade local e o fortalecimento identitário dos alunos, enquanto cidadãos do território amazônico marajoara? Tem-se por objetivo geral: Identificar se a prática pedagógica concretizada na escola-lócus dialoga com os pressupostos do paradigma de educação do campo. No campo metodológico enveredamos pela pesquisa de abordagem qualitativa envolvendo os seguintes procedimentos: levantamento bibliográfico e documental sobre Educação do Campo; realização de entrevistas semiestruturadas com dois professores, uma coordenadora pedagógica, e três discentes do quinto ano da referida instituição; organização e análise dos dados a partir de pressupostos da perspectiva dialética materialista. Os dados obtidos empíricos em diálogo com a base teórica apontaram que na escola São Tomé são desenvolvidas práticas que visam o reconhecimento da identidade local e a identificação dos alunos com o campo. Contudo, há obstáculos e desafios cotidianos que limitam o processo de ensino e de educação no campo, dentre eles: a formação docente, a não identificação do (a) professor (a) com a Educação do Campo, a rotatividade dos professores, a falta de formação continuada, a infraestrutura precária da escola e a falta de recursos didáticos e de transporte escolar. Todavia, mesmo com todas as dificuldades e obstáculos diários, os alunos gostam e se sentem bem na escola, e se veem enquanto sujeitos do campo. Concluímos assim, que a prática pedagógica materializada na escola São Tomé, em Breves contribui com o fortalecimento da identidade local e a identificação dos educandos com o território rural.