Forma, propósito e significado ocupacional as margens dos rios: um estudo qualitativo com moradores da Ilha do Combu

A Região Amazônica em seu processo de organização sócioespacial, estabelece uma estreita relação com as águas, dentre estas, a formação de pequenos vilarejos em Ilhas ao longo do Estuário Guajarino, em específico a Ilha do Combu, localizada a 1,5 km da capital do estado do Pará, com uma população que mantém ao longo do tempo um modo singular de vida, popularmente são denominados como ribeirinhos e organizam sua forma de vida em relação direta com os rios e a natureza. Trata­-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, do tipo Estudo de Caso, realizada na Ilha do Combu, participaram da pesquisa dois integrantes da mesma família, com idades de 61 e 36 anos, com residência fixa na ilha há mais de cinco anos, do sexo feminino. Os resultados do estudo revelaram, que a proximidade do centro urbano, infere no modo ocupacional encontrado que mescla o tradicionalismo e a modernidade por meio de uma dinâmica ocupacional de modo que satisfaça as demandas sociais e pessoais, em um equilíbrio entre antigos e novos propósitos, formas e significados que nesta pesquisa denominou­-se de Intersecção Ocupacional. Assim pensar sobre a intersecção ocupacional a partir do universo dessa pesquisa na Ilha do Combu é uma possibilidade potente não apenas para a Ciência da Ocupação, mais também, para a prática em Terapia Ocupacional como facilitadora do processo de valorização e manutenção das práticas e saberes tradicionais, resguardando-­os para além dos territórios, através de intervenções que estimulem a manutenção dos valores simbólicos e dos aspectos culturais.