Perfil clínico e epidemiológico dos pacientes portadores de insuficiência cardíaca internados no hospital universitário João de Barros Barreto, Belém-Pa

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01-01-2022

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MORAES, Joel Campos de; ALVES, Krisnna Mariana Aranda. Perfil clínico e epidemiológico dos pacientes portadores de insuficiência cardíaca internados no hospital universitário João de Barros Barreto, Belém-Pa. Orientador: Roberto Márcio de Oliveira Júnior. 2022. 58 f. Trabalho de Curso (Bacharelado em Medicina) - Faculdade de Medicina, Instituto de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2022. Disponível em: https://bdm.ufpa.br:8443/jspui/handle/prefix/5668. Acesso em:.
A insuficiência cardíaca (IC) é um distúrbio crônico, caracterizado pela falha estrutural e/ou funcional do músculo cardíaco. Compreende um problema de saúde pública, justificado pelo elevado número de casos e índice de hospitalizações. O estudo tem por objetivo descrever o perfil clínico e socioepidemiológico dos pacientes com insuficiência cardíaca internados no Hospital Universitário João de Barros Barreto. Trata-­se de um estudo analítico transversal retrospectivo, realizado no Hospital Universitário João de Barros Barreto, localizado no município de Belém-­PA, no período de junho de 2020 a dezembro de 2021, sendo estudados os pacientes com insuficiência cardíaca que necessitaram de internação no período entre janeiro de 2014 e dezembro de 2018, com tamanho amostral de 182 indivíduos. O estudo foi realizado mediante a coleta de dados dos prontuários dos pacientes, utilizando, para tanto, um questionário contendo questões relacionadas às características sociodemográficas e clínicas. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de ética em pesquisa do HUJBB/UFPA, parecer favorável número 3.805.372. As internações ocorreram principalmente no sexo feminino (53,8%) e na faixa etária ≥ 60 anos (69,8%), com uma média de idade de 67,4 ± 16,1 anos; a maioria dos pacientes era de raça parda autorreferida (80,2%), com renda familiar de até 1 salário mínimo e baixa escolaridade. Houve predomínio das etiologias hipertensiva (10%), chagásica (7%), valvar (4%) e isquêmica (3%), sendo considerada etiologia indefinida em 73% dos indivíduos incluídos na amostra. Prevaleceu o perfil clínico-­hemodinâmico quente e úmido (64%), classe funcional III (35%), comorbidades de hipertensão arterial sistêmica (43%) e diabetes mellitus (23%). As principais causas de descompensação da IC foram infecção (n=106, 58,2%) e má aderência medicamentosa (n=22, 12,1%). Valores de ureia e creatinina apresentaram­-se acima da normalidade, com média ± desvio padrão, respectivamente, de 58,6 ± 29,6 e 1,6 ± 1,4. A média da fração de ejeção do ventrículo esquerdo foi de 48,3%, com predomínio de disfunção diastólica grau I (n=91, 50%). Quanto ao desfecho das hospitalizações, 124 (68,1%) pacientes melhoraram e 55 (30,2%) evoluíram para óbito. O índice de mortalidade foi maior nos pacientes de sexo feminino (61,8%), nos 38 indivíduos que permaneceram internados por mais de 30 dias (47,3%) e naqueles com perfil clínico-­hemodinâmico quente e úmido (49,1%). Conclui­-se que o maior tempo de permanência da internação hospitalar esteve diretamente relacionado ao número de óbitos, as internações ocorreram principalmente no sexo feminino e na faixa etária maior ou igual a 60 anos. A cardiopatia chagásica apresentou relevância significativa entre os registros, visto que o Pará se destaca na epidemiologia da doença de Chagas. A maioria dos pacientes apresentava comorbidades, sintomatologia relacionada principalmente à congestão e fração de ejeção do ventrículo esquerdo intermediária ou reduzida. O desfecho clínico das internações foi pior para pacientes do sexo feminino e com maior tempo de internação, tendo o achado de baixo débito associado à congestão apresentado significância estatística em relação à letalidade.

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