Perfil epidemiológico, clínico, tomográfico, histopatológico e terapêutico de pacientes com diagnóstico de fibrose pulmonar idiopática de complexo hospitalar universitário do estado do Pará

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01-01-2022

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OKAJIMA, Letícia Yukimi Lustosa; DEMONTIS, Rafaëlle Laurence Pessôa. Perfil epidemiológico, clínico, tomográfico, histopatológico e terapêutico de pacientes com diagnóstico de fibrose pulmonar idiopática de complexo hospitalar universitário do estado do Pará. Orientadora: Lúcia Helena Messias Sales. 2022. 66 f. Trabalho de Curso (Bacharelado em Medicina) - Faculdade de Medicina, Instituto de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2022. Disponível em: https://bdm.ufpa.br:8443/jspui/handle/prefix/5606. Acesso em:.
A fibrose pulmonar idiopática (FPI) é uma doença do interstício pulmonar de etiologia desconhecida que se manifesta por fibrose progressiva e que acomete principalmente tabagistas de idade avançada. Dada a carência de estudos epidemiológicos nacionais devido ao seu diagnóstico complexo, torna-se relevante a elaboração de estudos sobre o perfil da doença para que sua abordagem diagnóstica seja difundida. O objetivo desse trabalho foi descrever o perfil clínico, epidemiológico, tomográfico, histopatológico e terapêutico dos pacientes com diagnóstico de fibrose pulmonar idiopática atendidos no Ambulatório de Doenças Pulmonares Raras do Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB). Trata-se de estudo descritivo, observacional, transversal, retrospectivo e qualiquantitativo baseado em 12 pacientes com diagnóstico de FPI, definido segundo critérios da Sociedade Fleischner de 2018, atendidos no HUJBB entre 2017 e 2021. A coleta de dados foi realizada via busca ativa de prontuários físicos e eletrônicos disponíveis no Aplicativo de Gestão para Hospitais Universitários (AGHU) da instituição. Foi constatado que 58,3% dos pacientes eram do sexo masculino e a idade média da amostra foi de 73,8 ±8,2. Observou-se predomínio da raça parda (91,7%), equivalência entre indivíduos naturais da capital e do interior do estado (ambos 41,7%) e maioria de indivíduos com ensino superior completo (33,3%). Os dados da avaliação clínica demonstraram como achados mais frequentes: estertores finos, tosse, expectoração e estertores grossos. Quanto à escala de dispneia modificada, o maior número de pacientes apresentou-se na categoria 3. A média da saturação periférica de oxigênio em ar ambiente foi de 94,6% ±2,9, enquanto a dos pacientes em oxigênio suplementar foi de 87,5% ±4,9. A comorbidade mais observada foi a hipertensão arterial sistêmica (50%); a história de tabagismo foi positiva em 66,7% dos pacientes, com carga tabágica média em anos-maço de 36,8 ±33,3; e histórico de exacerbações agudas e internações hospitalares estiveram presentes no prontuário de 33,3% dos pacientes. O padrão de pneumonia intersticial usual (PIU) mais frequente à tomografia computadorizada foi PIU típico (50%), sendo observado maior número de manifestações clínicas e maior quantidade de tabagistas nessa amostra. À biópsia, predominou o padrão PIU definitivo (75%). O padrão ventilatório restritivo foi o mais frequente; a média da capacidade vital forçada foi de 75,36% ±20,2; da distância caminhada em seis minutos foi de 319 metros ±15,6 e da saturação de oxigênio ao final do exame de 94% ±2,8. A totalidade dos pacientes apresentava indicação de uso de antifibrótico, sendo a maioria de nintedanibe (66,7%), sendo também o fármaco mais relacionado a efeitos adversos. A maioria (66,7%) dos pacientes apresentou registro de dificuldade na obtenção da medicação e apenas 16,7% relatou realização de tratamento fisioterápico. Concluiu-se que, de modo geral, o perfil dos pacientes com diagnóstico de FPI inseridos no estudo corroborou com o perfil encontrado na literatura e se destacou a necessidade de estudos para melhor caracterização da doença no Brasil e no estado do Pará.

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Disponível na internet via correio eletrônico: bibsaude@ufpa.br