Estudo prospectivo das alterações hepáticas em gestantes internadas em um hospital de referência de Belém-Pará

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01-01-2006

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SOUSA, Selma Parente; LIMA, Suellen Barreto. Estudo prospectivo das alterações hepáticas em gestantes internadas em um hospital de referência de Belém-Pará. Orientadora: Simone Regina Souza da Silva Conde. 2006. 76 f. Trabalho de Curso (Bacharelado em Medicina) - Faculdade de Medicina, Instituto de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006. Disponível em:https://bdm.ufpa.br:8443/jspui/handle/prefix/4702. Acesso em:.
As doenças hepáticas na gravidez constituem um problema tanto para o obstetra quanto para o clínico, particularmente a grávida ictérica, influenciando negativamente no prognóstico materno-infantil. O presente trabalho objetivou determinar a freqüência das alterações dos testes hepáticos em gestantes, classificando estas alterações em relacionadas ou não à gravidez, assim como avaliar o prognóstico materno-infantil. No período de março de 2005 a fevereiro de 2006, foram avaliadas grávidas internadas na enfermaria de alto risco do Hospital Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (HFSCMPA), sendo em todas realizados exames de aspartato-aminotransferase (AST), alanino-aminotransferase (ALT), gama-glutamil transpeptidase (GGT), e bilirrubinas. Naquelas que apresentavam qualquer alteração, sua investigação era ampliada com exames bioquímicos, sorológicos, culturas de material biológicos e métodos de imagens necessários para elucidação diagnóstica e acompanhamento de sua evolução. Após esta fase, as pacientes foram divididas no grupo I (doenças relacionadas à gestação) ou no grupo II (doenças não relacionadas à gestação). Das 480 pacientes avaliadas, incluíram-se 308 (64,2%), sendo que, destas, 215 (69,8%) não apresentavam alteração dos hepáticos de triagem, enquanto que 93 (30,2%) possuíam testes fora da normalidade. Destas, 42 (45,2%) foram distribuídas no grupo I (45,2%) e 51 (54,8%) no grupo II. A faixa etária das grávidas compreendeu-se entre 13 a 41 anos, com médias 24,6 anos no grupo I e 23,9 no grupo II. Quanto à procedência, houve predomínio de Belém e região metropolitana em ambos os grupos, com 58,3% e 60,9%, respectivamente. No grupo I, a doença hipertensiva específica da gravidez (DHEG) foi a patologia mais freqüente, encontrada em 71,4% (30/42) dos casos; enquanto que no grupo II, a maior parte das patologias relacionava-se às doenças infecto-parasitárias, com 58,8% (30/51). A maioria das pacientes encontrava-se no terceiro trimestre, com 85,7% (36/42) e 77,8% (40/51) nos grupos I e II, respectivamente. A média dos níveis de bilirrubinas foi maior no grupo II, com p<0,05; entretanto os demais testes foram semelhantes nos dois grupos. A evolução para parto ocorreu em 78,6% (33/42) no grupo I e em 27,5% (14/51) no grupo II, havendo nítida significância estatística (p = 0,0001). As complicações fetais foram observadas em 57,6% dos casos (19/33) no grupo I e 35,7% no grupo II, embora sem diferença significante entre ambos. Conclui-se, então, que as alterações hepáticas ocorreram em 30,2% (93/308) das gestantes, sendo a maioria causada por doenças não relacionadas à gestação (54,8%) e houve uma tendência de maiores complicações fetais no grupo de pacientes com doenças relacionadas à gravidez.

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