História, mulher e política: uma análise sobre mulheres de Concórdia do Pará e seus lugares de fala e poder nos processos eleitorais

O objetivo do artigo é analisar, através de depoimentos de mulheres políticas, quais mecanismos estruturais e culturais permeiam os espaços políticos e quais foram às dificuldades de inserção e sua permanência nos espaços legislativos ocupados na câmara municipal de Concórdia do Pará. O estudo dessa pesquisa apresenta os avanços da ocupação feminina nos espaços legislativos, seus desafios e experiências ligadas às construções sociais que incentivaram o desejo pela disputa dos cargos eletivos, desde a emancipação territorial do município em 1988. Para isso, dialogo com autoras como Michelle Perrot (2019), Margareth Rago (1995), Joan W. Scott (1995) e Simone Beauvoir (1967), para dobrar esta pesquisa enquanto uma pesquisa em gênero e política, Luis F. Miguel (2014), Flávia Biroli (2014) e Dphane Patai (2010), para articular a história aos processos de vida e fazer político e, da mesma maneira, a história oral como fonte de resultados em conjuntos sociais e culturais, que dialogam com autores e estudos da área e fontes históricas, como Marieta de M. Ferreira (2018), Carla B. Pinsky (2018), Hebe Mattos (2016), Brenda Oliveira (2017). Como resultado, observo que há muitas dificuldades e desafios que ocasionam um baixo índice de mulheres aos cargos eletivos ocupados, assim como uma construção social machista, misógina e patriarcal que dificulta a equidade nas ocupações dos cargos políticos. Além disso, verifico que por meio da educação política no ensino é possível realizar uma transformação do conhecimento histórico para uma desconstrução da imagem de inferiorização refletida nas mulheres e suas competências para as disputas eleitorais e a ocupação aos cargos legislativos.