O presente artigo analisa a aplicação do Estudo do Meio como metodologia ativa nas aulas de Geografia em medidas socioeducativas voltadas a adolescentes em privação de liberdade. A proposta foi desenvolvida por meio de aulas de campo realizadas em diferentes espaços da Região Metropolitana de Belém, no primeiro semestre de 2025, possibilitando aos socioeducandos da Escola Antônio Carlos Gomes da Costa (PA) vivências que ultrapassam os limites físicos da escola. Para o desenvolvimento do estudo, foram realizadas pesquisas bibliográficas com o intuito de dialogar com autores que discutem o ensino de Geografia e o Estudo do Meio, estruturando um roteiro com etapas a serem seguidas durante a execução da proposta. Como resultados, a experiência revelou-se relevante ao articular ensino-aprendizagem com a apropriação de espaços urbanos historicamente negados às populações periféricas e de baixa renda, promovendo reflexões sobre desigualdades sociais, exclusão e violências estruturais. Observou-se que a metodologia contribuiu para a ressignificação do espaço urbano e para a reconstrução da autoestima, da cidadania e da dignidade dos adolescentes. Assim, considera-se o Estudo do Meio uma estratégia pedagógica viável na socioeducação, por potencializar aprendizagens significativas e fomentar a resistência frente às injustiças sociais e ambientais, reafirmando a educação como prática transformadora.