Análise da qualidade da água em municípios afetados pela Usina Hidrelétrica de Belo Monte

A água é indispensável para todos os seres vivos, além de ser a base dos ecossistemas, torna-se uma fonte que em breve se extinguirá se for utilizada de forma irracional e insustentável. Megaprojetos energéticos como Belo Monte apresentam desafios previsíveis, como aumento populacional, perda de biodiversidade e mudanças na qualidade da água. O despejo de esgoto não tratado no Rio Xingu representa uma ameaça à qualidade da água, acarretando uma série de problemas que afetam não só o meio ambiente, mas também a saúde pública e a economia local. Portanto, a avaliação bacteriológica da água desempenha um papel essencial na prevenção de doenças transmitidas pela água. Este trabalho teve como objetivo analisar a qualidade da água do Rio Xingu, em três municípios: Altamira, Vitória do Xingu e Senador José Porfírio. Para isso foram analisados alguns parâmetros limnológicos, como: Potencial de Hidrogênio (pH), Turbidez, Temperatura da água e condutividade elétrica; E para parâmetros microbiológicos: Escherichia coli e coliformes totais. Na análise dos parâmetros físico-químicos, em todos os pontos, os dados obtidos estiveram dentro dos limites estabelecidos pela resolução do CONAMA, para águas doces classe 2. Entretanto, os aspectos microbiológicos para coliformes totais e E. coli estão fora dos parâmetros considerados aceitáveis pelo CONAMA nº. 357/2005. Desta forma, a instalação da hidrelétrica revelou uma realidade preocupante em relação à qualidade da água nas áreas sob influência direta deste grande projeto, destacando a urgência de ações efetivas para melhorar a infraestrutura de saneamento básico, reduzir a poluição das águas e proteger a saúde dos à população que depende desses recursos hídricos.