A Pesca da Corvina cynoscion virescens (cuvier, 1830) no litoral amazônico brasileiro (considerações e aspectos importantes) – uma revisão de literatura

A produção mundial de pescado alcançou cerca de 179 milhões de toneladas em 2018, gerando uma receita estimada em 401 bilhões de dólares, o volume produzido pela pesca foi de 96,4 milhões de toneladas, sendo a pesca marinha responsável por 87,5% do total produzido. Neste contexto, o Brasil não possui estatística acerca da produção por pesca em seu território, sendo último dado referente a produção do ano de 2011, no qual a produção por pesca foi de 803.270 toneladas. A costa norte brasileira, compreende o litoral e plataforma continental dos estados do Pará, Amapá e Maranhão, uma região com cerca de 1.200 km de extensão e que comporta uma extensa faixa de manguezal que corresponde a 9.891 km² com aporte de trinta (30) bacias hidrográficas. A pesca nessa região é classificada nas modalidades industrial e artesanal, sendo esta última diversificada, com embarcações de pequena a média escala. A região apresenta alta produção pesqueira e uma ampla diversidade de espécies, entre os recursos explotados destaca- se a corvina ou pescada-cambuçu Cynoscion virescens, uma espécie demersal pertencente à família Sciaenidae de ampla distribuição na costa brasileira. Na costa norte, este recurso é explorado como fauna acompanhante das pescarias industriais, por armadilha fixa conhecido como “curral” e pela frota artesanal, com heterogeneidade de embarcações, sendo a rede de emalhe o mais eficiente petrecho usado na captura deste recurso. O Pará destaca-se como principal produtor da espécie, em estudo realizado em 14 municípios costeiros do estado referente a produção de 1997 a 2007, mostrou uma tendência de aumento na captura deste recurso. O comércio do pescado é sobretudo a nível nacional, essencialmente nos mercados municipais, contudo, estudos atuais mostram o comércio da bexiga natatória conhecida popularmente como “grude” um subproduto de alto valor econômico comercializado com mercado internacional, pode direcionar maior esforço sobre a espécie. A ausência de estatística suprime o desenvolvimento de estudos sobre a dinâmica populacional e avaliação dos impactos sobre as espécies. Deste modo, é necessário a retomada da estatística pesqueira no âmbito nacional, identificando a produção por espécie para se produzir dados científicos acurados que posteriormente irão fundamentar estudos sobre a avaliação e dinâmica dos estoques.