Barragens de rejeitos de mineração no Brasil: principais tipos de barragens, instrumentação e monitoramento

O Brasil é um país com dimensões continentais e apresenta grandes reservas minerais de nióbio, níquel, manganês, alumínio e ferro tornando o país muito atrativo para a mineração. Com a expansão das commodities minerais nos anos 2000 e a crescente demanda por minerais, em virtude do aumento da população mundial e também do consumo a extração mineral se intensificou, com isso a quantidade de rejeitos gerada também aumentou. Sendo necessária uma grande área para a disposição destes rejeitos, que normalmente é realizada em barragens. As barragens de rejeitos tem seu volume aumentado através de alteamentos, no Brasil o alteamento à montante é o mais utilizado pelas empresas mineradoras, principalmente pelo seu baixo custo e simplicidade de execução. Este estudo verificou que atualmente no Brasil existem 662 barragens de rejeito cadastradas no DNPM e a grande maioria destas barragens estão localizadas no estado de Minas Gerais (aproximadamente 48%) seguido pelo estado de São Paulo (11%) e pelo Pará (10%). Além disso, observou-se que o rejeito de minério de ferro é a principal substância armazenada nestas barragens. A maior parte das barragens brasileiras (78%) possui até trinta metros de altura e conforme a classificação da categoria de riscos aproximadamente 80% apresenta baixo risco de rompimento. Em relação às falhas em barragens de rejeito, que podem ocasionar danos ambientais, afetar as comunidades e causar vítimas fatais, este trabalho apurou que a principal causa associada aos incidentes foi à ocorrência de eventos climáticos incomuns. Esta pesquisa constatou que grande parte destes incidentes pode ser evitada através de tecnologias disponíveis na atualidade e que o monitoramento e instrumentação destas barragens é uma forma de minimizar estes acidentes. Para isso é necessário um perfeito funcionamento da instrumentação com a elaboração de um plano de instrumentação, correta seleção dos instrumentos, verificação de sua precisão e sua confiabilidade, assim como a análise precisa dos dados fornecidos pela instrumentação.