Positividade micobacteriana entre os portadores de tuberculose ganglionar e pleural atendidos no Hospital Universitário João De Barros Barreto, Belém (Pa), 2001 a 2005

As formas ganglionar e pleural são as apresentações mais freqüentes de tuberculose (TB) extrapulmonar. Na prática, o diagnóstico destas condições é baseado na anamnese, no exame clínico e no achado de granuloma com necrose ao exame histopatológico de tecido de pleura ou linfonodo, uma vez que a identificação do agente etiológico nem sempre é possível. Este trabalho objetivou investigar a positividade micobacteriana entre os portadores de TB ganglionar e pleural atendidos entre os anos de 2001 e 2005, no Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), serviço de referência em infectologia no Estado do Pará. Foram revisados os prontuários de todos os pacientes com diagnóstico de TB ganglionar ou pleural, atendidos no HUJBB entre janeiro de 2001 e dezembro de 2005. A coleta de dados foi feita utilizando-se um questionário semi-fechado padronizado, contendo variáveis demográficas, clínicas, laboratoriais e de anatomia patológica. Preencheram os critérios de inclusão 38 casos de TB ganglionar e 98 de pleurite tuberculosa. A média de idade foi de 30,7 e 33,1 anos nas formas ganglionar e pleural, respectivamente. Em ambas apresentações houve predomínio do sexo masculino. Adenomegalia, perda ponderal, febre e tosse foram as manifestações clínicas mais freqüentes para a TB ganglionar. Na forma pleural foram mais freqüentes a febre, dor torácica, tosse e dispnéia. A tuberculose pulmonar esteve associada a 10,52% dos casos da forma ganglionar e 16,32% da pleural. Considerando a identificação do agente etiológico por bacterioscopia ou cultura, a micobactéria foi identificada em 28,12% dos casos de TB ganglionar e 5,10% de pleural, sendo a cultura a mais sensível. Dos pacientes com TB pleural, 14,29% (14/98), realizaram sorologia para HIV e destes, X% (A/B) foram positivos. Idem para ganglionar! A co-infecção HIV/TB não determinou diferença na freqüência dos sintomas ou na positividade para BAAR e a cultura para micobactéria. As manifestações clínicas mais comuns entre os portadores de TB ganglionar e pleural são inespecíficas. A positividade para BAAR/micobactéria é relativamente baixa entre os pacientes, conferindo à histopatologia papel importante no diagnóstico dessas condições.