Recifes de Sabellaria wilsoni (Polychaeta: Sabellariidae) como habitat para a fauna macrobentônica de praias arenosas da ilha de Maiandeua/Algodoal (PA)

O acompanhamento de aspectos da população de algumas espécies de invertebrados bentônicos em recifes de Sabellaria wilsoni na ilha de Maiandeua/Algodoal, teve como objetivo avaliar a importância do habitat para as mesmas. As amostragens ocorreram durante um ano, mensalmente, de maio de 2008 a abril de 2009. Por mês, foram coletadas 16 amostras de recife utilizando-se um amostrador cilíndrico (10 cm de diâmetro e 20 cm de comprimento). Para cada amostra foi estipulado o volume, utilizando o método de deslocamento da coluna d’água. Logo após, as amostras foram fixada em formalina salina a 5%, tamponada com tetraborato de sódio. Em laboratório as amostras foram passadas em malha de nylon de 0,3 mm de abertura, sendo os organismos retidos, contabilizados, identificados e conservados em álcool etílico a 70%. Os organismos selecionados para as análises foram: os bivalves Prototacta pectorina e Cyrtopleura costata; o crustáceo Alpheus armillatus; e o poliqueta Allita succinea. Além de contabilizados, nos bivalves foi estimado o comprimento da concha, nos crustáceos foi medido o comprimento da carapaça, feita a sexagem e nas fêmeas ovígeras os ovos foram classificados em estágios de maturação. Por fim, para A. succinea foram medidos o comprimento do prostômio e verificados indivíduos em epítoco (em reprodução). Embora presentes ao longo de todo ano, os invertebrados apresentaram diferenças na distribuição temporal e na sua estrutura populacional. Os tamanhos médios dos bivalves encontrados estavam bem abaixo do comumente registrado na literatura, o que pode indicar que utilizem os recifes apenas durante fases inicias do seu ciclo de vida. Para A. armillatus foram encontrado indivíduos juvenis e adultos, com a predominância de fêmeas (70% do total dos organismos), onde 43% delas estavam ovígeras, com ovos imaturos e maduros, indicando que o ambiente é área de reprodução e crescimento. Por fim, para o poliqueta o recife é um habitat utilizado em todo o ciclo de vida da espécie.