Síntese de zeólitas utilizando um resíduo caulinítico do Baixo Tocantins: um estudo comparativo entre sistema de síntese estática e agitada

A atividade mineralógica presente no estado do Pará possui grande importância econômica para o país. O Pará lidera a produção de caulim no Brasil, contudo neste processo de beneficiamento são gerados resíduos sólidos classificados como rejeitos. Uma das alternativas de reaproveitamento deste resíduo, constituído essencialmente por caulinita, é a síntese de zeólitas. Isto é possível devido a configuração estrutural e a composição química da caulinita ser semelhante as das zeólitas, além de se tratar de uma matéria-prima mais econômica. Este trabalho tem por objetivo produzir zeólitas a partir do resíduo caulinítico oriundo de uma empresa do Baixo Tocantins, em condições de síntese estática e agitada, realizando um estudo comparativo entre os parâmetros de síntese para se obter um produto com alto valor agregado e em condições econômicas. As zeólitas foram sintetizadas empregando este resíduo como fonte principal de Si e Al e utilizando sistema de cristalização estática e agitada, este processo se dividiu em 2 etapas. Na etapa 1, o resíduo de caulim passou por um tratamento térmico a 700°C/2h para se obter metacaulim. Na etapa 2, ocorreu o processo de síntese, obtendo-se uma mistura reacional do caulim, fontes extras de silício, água e agentes mineralizantes que foram levados em diferentes composições molares para cristalização estática e sob agitação, com temperatura constante de 150ºC, variando-se o tempo. Os produtos obtidos foram caracterizados por DRX, MEV, EDS e FRX. Os resultados indicaram que foi possível obter zeólitas Na-P1 e Analcima em algumas séries, destacando-se a Na-P1 que foi encontrada em uma única fase nos produtos obtidos sob agitação e com maior cristalinidade. Dessa maneira, pode-se dizer que a cristalização agitada contribuiu para uma melhor formação zeolítica do produto AGT02-4h, reduzindo em 50% o tempo de cristalização e utilizando menos reagente.