Análise clínica e epidemiológica da síndrome de resposta inflamatória multissistêmica causada pela covid¬19 em crianças no estado do Pará

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01-01-2022

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SILVA, Maria Samara Alves da; CARVALHO, Thayane Picanço de. Análise clínica e epidemiológica da síndrome de resposta inflamatória multissistêmica causada pela covid-19 em crianças no estado do Pará. Orientadora: Carla Andrea Avelar Pires. 2022. 62 f. Trabalho de Curso (Bacharelado em Medicina)-Faculdade de Medicina, Instituto de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2022. Disponível em: https://bdm.ufpa.br:8443/jspui/handle/prefix/5584. Acesso em:.
Introdução: Em abril de 2020, iniciaram­se relatos de casos de Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM­P) potencialmente associada à COVID­19. Essa síndrome possui manifestações similares com a Síndrome de Kawasaki, sendo que muitas crianças podem apresentar critérios completos ou incompletos para essa síndrome, a qual ocorre, em sua maioria, em pacientes pediátricos mais velhos, adolescentes e escolares, os quais apresentam marcadores de inflamação, de coagulopatia e de lesões miocárdicas elevados. É uma patologia que envolve pelo menos dois órgãos ou sistemas, sendo os principais o cardíaco, o respiratório, o renal, o hematológico, o dermatológico, o gastrointestinal ou o neurológico. Objetivos: Analisar a ocorrência da Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica associada à COVID­19 em crianças do estado do Pará no período de abril de 2020 a agosto de 2021. Métodos: Trata­se de um estudo epidemiológico descritivo transversal, em que foram utilizadas informações do banco de dados secundários das notificações de Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM­P) da Secretária de Estado de Saúde Pública do Pará (SESPA). Resultados: Foram analisados 40 casos acometidos por SIM­P no Pará. 31 (78%) receberam diagnóstico de COVID­19 por meio de critérios laboratoriais e 9 (22%) por meio de critérios clínico­epidemiológicos. Em relação à idade, a faixa etária variou entre 3 meses a 13 anos, apresentando uma mediana de 3,5 anos. A maioria da população estudada tinha entre 0 a 2 anos (lactentes), correspondendo a 16 casos (40%). Quanto ao sexo, a maioria ocorreu no sexo masculino, correspondendo a 26 casos (65%). Os municípios que apresentaram maior número de casos confirmados foram Belém com 20 casos (50%); Barcarena com 3 casos (7,5%) e Castanhal também com 3 casos (7,5%). No que se refere à presença de critérios diagnósticos de SIM­P associada à COVID­19, os que mais apareceram foram: febre maior que 38°C por 3 dias ou mais, presente em 40 casos (100%); elevação de marcadores inflamatórios em 39 casos (97,5%); evidência de COVID­19 ou história de contato próximo com caso confirmado de COVID­19 em 39 casos (97,5%). Em relação aos sintomas, os mais frequentes foram diarreia (62,5%); tosse (47,5%); náuseas e vômitos (45%) e dores abdominais (45%). Quanto às alterações laboratoriais, os marcadores inflamatórios foram os mais alterados. Houve a necessidade de internação em Unidade de Terapia Intensiva em 52% dos casos. Sobre o tratamento realizado nos pacientes em leito de UTI, as classes de medicamentos mais utilizadas foram corticoide em 76,19% e anticoagulantes em 57,14%. Acerca dos óbitos, ocorreram 5 entre os pacientes que precisaram de suporte em UTI. Destes, 4 apresentavam comorbidades. Conclusão: Apesar da maioria das crianças e adolescentes não evoluir de forma grave durante a COVID­19, foi constatado que, após a afecção pelo vírus, esses pacientes podem evoluir com uma resposta exacerbada do sistema imune, repercutindo em uma síndrome inflamatória multissistêmica. Em vista disso, este estudo aponta resultados importantes ao planejamento de ações de saúde para o manejo da SIM­P, através do provimento de informações sobre quem são os pacientes que evoluíram com SIM­P, presença de comorbidades anteriores, tratamento que realizaram, além dos desfechos do quadro.

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