“Do campo, das águas e das florestas”: uma análise da licenciatura em Educação do Campo da Universidade Federal do Pará - Campus de Abaetetuba e de seus egressos, 2011-2015

O presente trabalho faz uma análise do curso de Educação do Campo e de egressos desta licenciatura da Universidade Federal do Pará (UFPA), Campus de Abaetetuba e assim, falar sobre o processo histórico da educação do campo no Brasil, no que concerne os processos de lutas na perspectiva de que o campo tenha uma educação que englobe as suas demandas. Discute de que maneira o curso de Educação do Campo passou a ganhar visibilidade enquanto graduação no Estado do Pará, em especifico na UFPA - Campus de Abaetetuba, voltada prioritariamente a formar sujeitos oriundos do campo, águas e florestas. No processo de investigação participaram 55 (cinquenta e cinco) egressos do curso das turmas de 2011 a 2015. De forma geral, o objetivo deste trabalho é conhecer as possibilidades e contribuições para o campo da formação acadêmica e preparação docente de egressos. Os demais objetivos buscam identificar as abordagens sobre o processo histórico do curso de Educação do Campo; investigar as ocupações e inserções dos egressos de diferentes anos; e analisar quais foram suas reais dificuldades durante o curso e depois que concluíram a graduação. Como base teórica foram utilizados estudos relacionados à história da educação do campo no Brasil de autores como: Silva (2017), Leite (1999), Souza (2006) e outros. Foi utilizado ainda, para o desenvolvimento desta pesquisa, autores que abordam o processo de criação do Curso de Educação do Campo no Estado do Pará, como: Hage (2015), Molina (2014), Pereira (2019) etc, bem como estudos sobre a empregabilidade de egressos da licenciatura abordada por: Brito e Molina (2016), Sopelsa et al (2012), Arroyo (2007) entre outros. A pesquisa é embasada na metodologia qualitativa e para coleta de dados utilizou-se de questionário semiestruturado e os dados obtidos foram analisados a partir de uma abordagem quantitativa. Neste estudo, os egressos expressaram a importância do curso de Educação do Campo como uma licenciatura promissora para a formação de sujeitos do campo; entretanto, sugerem melhorias no que diz respeito à oferta do curso (disciplinas específicas de acordo com a ênfase do curso e professores comprometidos com mesmo) e manifestam suas insatisfações atreladas ao processo de empregabilidade, que está diretamente relacionada à falta de vagas específicas para essa formação acadêmica, bem como, a realização de concursos públicos.