O ensino de ciências nos livros didáticos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental

Apresenta resultados de uma pesquisa realizada numa escola de ensino fundamental junto a professores de Ciências do 6° ao 9°ano, objetivando identificar os significados elaborados pelos professores em relação à escolha e ao uso do LD(Livro Didático) dessa disciplina. Tomando como referência a conceituação de cotidiano escolar e as relações existentes no mundo escolar a partir do entendimento de Ezpeleta e Rockwell (1989) e Rockewell (1995, 1997) e o entendimento do livro didático como artefato cultural que afeta a escolarização de formas diferenciadas e a ação do professor em toda sua trajetória, apresentado por Choppin (2000, 2004), e considerando os livros didáticos de Ciências como um recurso utilizado na mediação do processo ensino-aprendizagem nas aulas dessa disciplina, e assim presentes na cultura escolar, pretendeu-se compreender os significados que os professores construíram durante sua formação acadêmica e profissional em relação aos aspectos de escolha e de utilização para a abordagem dos conceitos científicos em sala de aula. Da investigação participaram professores de Ciências da escola de ensino fundamental em questão, que responderam a um questionário abordando, dentre outras, questões a respeito de sua formação, do processo de escolha do livro didático de Ciências, de seu uso em sala aula e do papel que eles atribuem ao livro na aprendizagem dos conceitos científicos. As respostas indicaram que a relação do professor com o livro didático pode ser interpretada como reflexo das experiências acumuladas, pela experiência acumuladas ao longo de sua prática em sala de aula, moldada pela sua formação acadêmica, pela experiência pessoal, pelos valores e pela adaptação aos novos modelos educacionais, e que a interação entre o professor e livro didático, sob essas características, representa o ponto norteador no momento de escolha e no uso na sala de aula.