Subjetivação e linguagem: um estudo sobre particularidades na apropriação de linguagem de crianças surdas; filhos (as) de pais ouvintes

O presente trabalho tem por objetivo analisar as particularidades do processo de apropriação da linguagem na subjetivação de crianças surdas, filhos (as) de pais ouvintes. Destacamos neste artigo a importância dos laços parentais para o desenvolvimento das habilidades linguísticas que circulam de forma espontânea no ambiente familiar. Como suporte teórico optou-se por abrir diálogo com um conjunto de autores que desenvolvem estudos na interface com a psicolinguística, dentre os quais destacamos as considerações de Solé (2005) que nos alerta sobre a possibilidade de certa negligência e desconhecimento dos pais ouvintes de filhos surdos que acabam por tomar decisões precipitadas em relação ao desenvolvimento linguístico de seus filhos. Outro autor em destaque é Spitz (1998) que reforça a ideia de uma estimulação precoce que se vale de uma maior plasticidade cerebral que entendemos como favorável ao desenvolvimento global da criança. Consideramos que, as decisões tomadas pelo pais frente ao diagnóstico de surdez, interferem diretamente no processo de desenvolvimento da subjetivação e linguagem e na sua inserção no âmbito escolar.