Solicitação de endoscopia baseada em “sinais de alerta” para o diagnóstico de câncer gástrico: qual é a verdadeira acurácia?

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

15-12-2023

Título(s) alternativo(s)

Tipo de acesso

Acesso Abertoaccess-logo

Citar como

CARVALHO, Alan Goes de; GAIA, Liane Gaby. Solicitação de endoscopia baseada em “sinais de alerta” para o diagnóstico de câncer gástrico: qual é a verdadeira acurácia?. Orientador: Cezar Augusto Muniz Caldas; Coorientador: Williams Fernandes Barra. 2023. 53 f. Trabalho de Curso (Bacharelado em Medicina) - Faculdade de Medicina, Instituto de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2023. Disponível em: https://bdm.ufpa.br/jspui/handle/prefix/7049. Acesso em: .
O câncer gástrico é um tipo de neoplasia com alta incidência global e baixa taxa de sobrevivência em casos mais avançados. Com sintomas inespecíficos, seu diagnóstico é frequentemente tardio, resultando em prognóstico desfavorável. Embora os “sinais de alarme” para esse tipo de câncer – anemia, hemorragia gastrointestinal, massa abdominal palpável, disfagia, perda de peso, vômitos persistentes e idade superior a 50 anos – possam indicar malignidade, sua eficácia diagnóstica é questionada. No Brasil, especialmente na região Norte, onde a incidência é notável, a solicitação de endoscopia com base em tais sinais carece de comprovação. Este estudo visa avaliar a acurácia da endoscopia baseada em “sinais de alerta” na detecção do câncer gástrico, contribuindo para um rastreio mais eficiente e melhor entendimento da doença. Para isso, foi realizado um estudo caso-controle entre agosto de 2022 e junho de 2023 no setor de endoscopia do Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), onde foi aplicado um questionário aos pacientes. O grupo “casos” consistiu em 36 pacientes com diagnóstico confirmado de neoplasia gástrica, enquanto o grupo “controle” incluiu 252 pacientes com sintomas dispépticos, mas sem câncer. A análise de dados revelou que a maioria dos pacientes estava localizada em Belém, com uma predominância de pacientes do sexo feminino (58,7%). A média de idade foi de 53,1 anos, e a presença de sinais de alerta foi em média 1,8 por paciente. Os principais sinais de alerta relacionados ao câncer gástrico foram a idade maior que 50 anos, a perda de peso, a ausência de hemorragia e a ausência de anemia. A associação com estes dois últimos sinais de alerta contradiz a literatura, além do que, dispepsia não ulcerosa também mostrou relação com a ausência de anemia, assim como, a doença ulcerosa péptica foi associada com perda de peso, indicando a sobreposição de sinais de alerta tanto no câncer gástrico quanto na ausência deste diagnóstico. Tais achados podem indicar que a estratégia de solicitar EDA baseada em sinais de alerta não é adequada. Logo, os sinais de alerta tradicionalmente elencados pela literatura não mostraram acurácia adequada para detecção do câncer gástrico, havendo necessidade de pesquisas mais abrangentes para embasar estratégias de decisão sobre a solicitação de endoscopia e diagnóstico precoce da neoplasia.

Fonte

Fonte URI

Disponível na Internet via correio eletrônico: bibsaude@ufpa.br