Narrativas subversivas no teatro de igreja: dos palcos do Sant’Arte ao protagonismo da minha história

Através desse memorial acadêmico, reúno alguns relatos e registros da minha trajetória de vida atrelados ao meu encontro com o Grupo Sant’Arte, primeiro espaço em que pude experimentar a arte de forma autônoma e coletiva. Através desses recortes de narrativas pretendo enfatizar de que forma o grupo se organizava entre si para acolher jovens, adolescentes e adultos, de suas mais diversas origens, crenças e modos para dar vida a um espaço de pesquisa e fazer da cena teatral, e como as nossas experiências refletiam nas dramaturgias e construções cênicas dentro de uma igreja católica de Ananindeua dando início a um teatro litúrgico- subversivo. De que forma essa construção se deu juntamente ao processo de fortalecimento identitário dos integrantes em sua maioria com vivências marginalizadas (pessoas pretas, lgbtqia+ da região metropolitana e periférica) enquanto sujeitos na sociedade. Faço também um recorte de outras produções artísticas e experiências que estão em torno desse longo processo de auto conhecimento ao expandir para outros espaços como a Escola de Teatro e dança da UFPA como a minha participação em espetáculos do GTU (Grupo de Teatro universitário) enquanto projeto de extensão e o meu ingresso no curso de licenciatura em teatro. Esse trabalho é também uma forma de comunicação para os que, assim como eu, buscam compreender o lugar de onde vieram ,o lugar em que estão inseridos atualmente e de que forma a produção artistica na comunidade pode potencializar uma pedagogia decolonial ao buscar referências em nossas próprias histórias.