Avaliação da qualidade de vida dos pacientes com psoríase: serviço de dermatologia UFPA/FSCM-PA, janeiro de 2002 a abril de 2007

A psoríase tem um importante impacto na qualidade de vida e bem estar dos portadores da doença. Diferentes estudos relatam prejuízos de ordem social, física e psicológica aos pacientes. Objetivos: Avaliar a qualidade de vida dos pacientes com diagnóstico de psoríase, matriculados no Serviço de Dermatologia UFPA/ FSCM-PA, no período de janeiro de 2002 a abril de 2007. Casuística e Métodos: Os pacientes foram selecionados a partir do livro de matricula do serviço ambulatorial. Em seguida, foi agendada uma entrevista, na qual se respondia o protocolo padrão do estudo; aplicava-se o Índice de Incapacidade causado pela Psoríase (PDI), instrumento que propõe a avaliação da qualidade de vida; e classificava-se a extensão da doença, utilizando como parâmetro a palma da mão do paciente como equivalendo a 1% de sua superfície corporal. Resultados: Trinta pacientes compareceram à entrevista e concordaram em participar do estudo. Houve prevalência do sexo feminino com 66,7% e a media de idade foi de 51,1 anos. A maioria dos entrevistados apresentava a forma clínica vulgar (93,3%). A média do índice de incapacidade da psoríase (PDI) foi 12,1 representando um comprometimento de 26,8% da qualidade de vida global. Das áreas pesquisadas pelo PDI a mais afetada foi a das atividades diárias que alcançou 36.7% da incapacidade máxima. Pacientes com psoríase grave (>10% da SAC afetada), apresentaram maior comprometimento da qualidade de vida do que os pacientes com psoríase moderada (2% a 10% da SAC) e estes por sua vez apresentaram maior prejuízo do que aqueles com psoríase leve (p = 0.0338). Foi encontrada também relação estatisticamente significante entre pacientes mais jovens e maiores valores de PDI. Conclusão: A psoríase tem um impacto negativo na qualidade de vida dos pacientes, havendo uma correlação entre gravidade das lesões e maior prejuízo na qualidade de vida, cuja percepção foi pior em pacientes mais jovens, com idade entre 21 e 40 anos, indicando que indivíduos nessa faixa etária são mais afetados pelo estigma da doença.