Entre rios barcos e ilhas: um estudo da concepção de educação ambiental junto aos barqueiros e moradores de Cotijuba (Belém/PA)

O tema meio ambiente e a preocupação com a sua preservação aumentou em proporções estratosféricas, sendo este um assunto amplamente discutido em diversos setores de estudos. Em um contexto em que as conseqüências do efeito estufa e mudanças climáticas já são uma realidade, os governos mundiais, as empresas privadas, grupos de pesquisas e as populações viram-se para este tema com esperanças de melhorias para reverter a situação catastrófica que o uso depredatório da natureza, realizado pelo homem, levou toda a humanidade. Apesar desta grande preocupação, ainda são poucos os levantamento ambientais, relatórios de impactos ambientais e planos de manejo e pesquisas sobre Educação Ambiental realizadas no estado do Pará, principalmente nas áreas metropolitanas de Belém, na qual está inclusa a ilha de Cotijuba. As ilhas de Belém não recebem a devida atenção por parte dos governos municipal, estadual e federal, estando ilha ainda muito carente em infraestrutura, como pode ser percebido no acúmulo de lixo e falta de coleta de lixo regular. Tendo em vista toda esta problemática nas ilhas de Belém, este trabalho tem por objetivo fazer uma análise do grau de conscientização ambiental dos barqueiros e moradores da ilha de Cotijuba em relação à questão do lixo na ilha e os motivos que favorecem seu acúmulo e má utilização do meio. As informações para o estudo foram obtidas entre os meses de Outubro a Dezembro de 2010. O método de investigação se concretizou em entrevistas semi-estruturadas e colaborativas e na análise das possíveis tessituras das unidades relativas. O caráter das entrevistas foi qualitativo. Foi ouvido um total de 6 indivíduos, destes, 4 pessoas foram do sexo masculino e 2 do sexo feminino de um grupo de sujeitos que compunham entre barqueiros e moradores. Para manter a identidade dos entrevistados, foi feito um acordo, no qual seu nome seria mentido em sigilo. Os barqueiros, de modo geral, trabalham na travessia por um período de 10 a 20 anos. Quando perguntados se possuíam lixeiras em seu barco, a resposta foi positiva, contudo, segundo estes, a maioria dos passageiros não as procuram, jogando seu lixo diretamente no rio. O maior acúmulo de lixo ocorreu a partir do aumento da freqüência de visitação e do desenvolvimento urbano e demográfico da ilha. desenvolvimento da atividade turística sem planejamento, favorecem um maior acumulo de lixo na ilha que pode trazer inúmeras conseqüências ruins como, favorecimento de transmissão de doenças, bem como poluição das águas, devido às toxinas liberadas como subproduto da degradação de resíduos sólidos. Além de atrapalhar os ecossistemas de várzea e praia no entorno da ilha, influenciando sua dinâmica. Para melhoria da qualidade de vida e um desenvolvimento os próprios moradores sugeriram algumas práticas como: melhoria na educação de base, regularização das terras e da coleta de lixo, um plano de desenvolvimento do turismo eficiente, bem como um trabalho continuado de Educação Ambiental. Se estas propostas forem levadas em consideração, acredita-se que a situação da ilha possa ser revertida.