Estudo de caso da comunidade Santana, no município de Portel, Estado do Pará : etnovariedades, produtos e subprodutos da mandioca

A família Euphorbiaceae apresenta ampla diversidade de plantas herbáceas de uso medicinal e de importância econômica, dentre as quais está a mandioca, objeto de estudo desta pesquisa. A mandioca se faz presente na agricultura familiar que está focada na biodiversidade, na valorização do trabalho familiar, na inclusão de jovens e de mulheres, na produção de alimentos destinados à segurança alimentar e nutricional rural seu plantio, em boa parte do país, ainda, é baseado no modelo de agricultura migratória, que consiste na derruba e queima da vegetação com reutilização de áreas. Objetivando conhecer o uso da mandioca e seus produtos, na agricultura comunitária da comunidade Santana (Prainha), na estrada Acutiperera, no Município de Portel, Estado do Pará, foram realizados levantamentos de dados botânicos e etnobotânicos durante o período de 11 de março a 31 de outubro de 2015, através da aplicação de questionários semiestruturados, usando a complementaridade metodológica entre as abordagens qualitativa e quantitativa. Os resultados encontrados indicaram dez variedades de mandioca (Pai Lourenço Grande, Peixe-Boi, Zulhuda/Pretinha, Amarelão, Bonitinha, Amarelinha, Taracu, Achada, Cururu e Macaxeira) cultivadas pelos produtores, onde apenas a introdução da variedade Cururu ficou conhecida. As utilizações são voltadas para a produção de gêneros alimentícios, destacando-se o beju com 100% de utilização para consumo próprio, os demais produtos além de consumo próprio foram destinados à venda, havendo destaque para a farinha com 100%, seguida da tapioca em ramo e do tucupi, 40%, cada, a farinha de tapioca e tacacá com 30%, cada. Através da utilização destes produtos ficou clara a importância das variedades como culturas de subsistência para as famílias na agricultura comunitária.