Geotecnologias aplicadas ao mapeamento do uso e cobertura atual do solo para determinação de áreas disponíveis para reservas legais no município de Tomé-Açu – PA

A ocupação humana e as atividades antrópicas por meio da busca constante por bens e recursos da natureza acabam por causar mudanças significativas nas características naturais do meio ambiente. Nesse contexto, os estudos voltados ao diagnóstico do uso e cobertura do solo, através de suas análises integradas dos elementos que compõem o meio ambiente e a sociedade, ganham cada vez mais destaque nas discussões acerca de como conciliar desenvolvimento econômico e conservação ambiental. Baseado nisso, o presente trabalho teve como objetivo mapear o uso e a cobertura atual do solo e indicar as áreas disponíveis à manutenção de reservas legais no município de Tomé-Açu localizado na mesorregião do Nordeste Paraense, com o intuito de fomentar as discussões acerca da situação atual das florestas na Amazônia Legal e da legislação ambiental vigente. A metodologia utilizada se dividiu em duas etapas: na primeira objetivou-se delimitar as áreas originais de ocorrência de formações florestais e a identificação das áreas sobre as quais recai a obrigatoriedade de manutenção de reserva legal; já na segunda buscou-se identificar os remanescentes de vegetação disponíveis para delimitação de reservas legais e as áreas antropizadas a partir do mapeamento do uso e cobertura do solo. Por meio do auxílio de imagens de sensores orbitais mediante a utilização de softwares de SIG, técnicas de processamento digital de imagens, sensoriamento remoto e geoprocessamento, foram gerados os mapas de uso e cobertura do solo, de localização das áreas de remanescentes florestais e de floresta alterada, além do indicador das áreas de remanescentes florestais disponíveis para manutenção de reservas legais. Os resultados obtidos baseados na imagem OLI/TIRS do Satélite Landsat-8 de julho de 2017 evidenciaram que o município estudado apresenta 57,70% de áreas de florestas remanescentes, valor inferior aos 80% exigidos pelo Código Florestal Brasileiro para áreas localizadas na região amazônica.