Fatores prognósticos em traumatismos vasculares do segmento femoropoplíteo: decisões intraoperatórias são importantes

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01-01-2022

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ALBUQUERQUE, Fernanda Beatriz Araujo de; FEIJÓ, Matheus Oliveira. Fatores prognósticos em traumatismos vasculares do segmento femoropoplíteo: decisões intraoperatórias são importantes. Orientador: Adenauer Marinho de Oliveira Góes Junior; Coorientadora: Mariseth Carvalho de Andrade. 2022. 43 f. Trabalho de Curso (Bacharelado em Medicina) - Faculdade de Medicina, Instituto de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2022. Disponível em: https://bdm.ufpa.br:8443/jspui/handle/prefix/6112. Acesso em:.
Contexto: As vítimas mais comuns de traumatismos vasculares são homens jovens. Embora o atendimento destes traumatismos tenha se tornado cada vez mais frequente, e os membros inferiores sejam comumente acometidos, ainda há dúvidas sobre quais fatores podem implicar em desfechos clínicos desfavoráveis desses casos. Objetivo: determinar o perfil das vítimas de traumatismo vascular femoropoplíteo, os mecanismos de trauma e o tratamento utilizado e avaliar quais fatores influenciaram no desenvolvimento de desfechos desfavoráveis. Métodos: Estudo retrospectivo analítico baseado no levantamento de prontuários de pacientes atendidos entre janeiro de 2017 e dezembro de 2021. Foram incluídos pacientes com idade superior a 16 anos, operados devido traumatismo vascular do segmento femoropoplíteo por qualquer mecanismo. Foram analisados: sexo e idade dos pacientes, distância percorrida até o atendimento hospitalar, mecanismo de trauma, presença de choque hipovolêmico, lesões associadas, tratamento das lesões vasculares, realização de fasciotomia, decisões intraoperatórias sobre detalhes de técnica cirúrgica e índice de severidade de trauma (Injury Severity Score- ISS). Necessidade de reintervenção cirúrgica, amputação e óbito foram considerados desfechos desfavoráveis e sua ocorrência foi correlacionada com as variáveis acima descritas. Foram utilizadas análises univariadas, bivariadas e regressão logística. Resultados: 94 pacientes foram selecionados; 83% da amostra foi composta por homens; média de idade foi 30,8 anos; lesões arteriais e venosas simultâneas foram estatisticamente mais comuns (57,5%) do que lesões arteriais ou venosas isoladas; os vasos mais acometidos foram os femorais superficiais (61,7%). Mecanismos penetrantes foram os mais prevalentes (80,9%). Lesões arteriais foram frequentemente tratadas com enxerto venoso (59,6%), e a maioria das lesões venosas foi submetida a ligadura (81,4%). Em 15% dos casos, foram detectadas decisões cirúrgicas inadequadas, sendo a mais comum o uso da safena magna do membro lesionado para reconstrução arterial; desfechos desfavoráveis se desenvolveram em 44,7% dos casos; em 21,3%, foi necessária reintervenção cirúrgica; a amputação do membro foi realizada em 25,5%; e 9,5% dos pacientes evoluíram a óbito. Decisões cirúrgicas inadequadas foram estatisticamente associadas à necessidade de reintervenção. As variáveis associadas à amputação foram: lesão de artéria poplítea, fratura ou luxação e necessidade de realização de fasciotomia. O ISS médio das vítimas fatais foi 21,67 e das sobreviventes 17,07. Conclusão: As lesões acometeram principalmente homens jovens, vítimas de ferimento por arma de fogo. Os vasos femorais superficiais foram os mais lesados; traumatismos não vasculares concomitantes foram frequentes, principalmente fraturas. Decisões cirúrgicas inadequadas aumentaram em 34 vezes a necessidade de reintervenções. Necessidade de realização de fasciotomia, presença de fratura ou luxação, mecanismo contuso de trauma e lesão de artéria poplítea aumentaram o risco de amputação.

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