Avaliação da qualidade nutricional e funcional do óleo da pupunha (Bactris gasipaes Kunth)

A aterosclerose é uma doença cardiovascular proveniente do acúmulo de gordura em artérias de médio e grande calibre, formando placas de ateroma, sendo, muitas vezes, norteada pelo baixo consumo de vegetais ricos em compostos bioativos protetores. Dessa forma, torna­-se importante o incremento de fontes alimentares funcionais, tendo em vista a existência de várias espécies de oleaginosas amazônicas, principalmente as palmeiras nativas, que produzem frutos comestíveis com alto valor nutricional. No entanto, são escassos os estudos quanto as suas propriedades funcionais. Objetivo: avaliar o perfil nutricional e funcional do óleo da pupunha de casca vermelha (Bactris gasipaes Kunth) e sua potencialidade como hipocolesterolêmico e antitrombogênico. Material e métodos: as análises seguiram as normas estabelecidas pela AOAC e AOCS. Resultados: a polpa da pupunha obteve rendimento médio em óleo de 13,51% com boa qualidade, definido pelos seus Índices de acidez com média de 2,45 mg KOH/g e peróxido com média de 5,47 mEq/Kg. Seu principal composto bioativo o β­ caroteno apresentou média de 8.324 µg/100g e com elevado valor de Equivalente de Atividade de Retinol enquanto provitamina A (1.390,13 µg/100g, em média). Seu perfil cromatográfico mostrou um maior teor de ácidos graxos saturados (53,74%), em destaque o ácido palmítico (50,57%); 46,25% de insaturados, distribuídos com média de 39,66% de monoinsaturados e 6,59% de polinsaturados, mostrando ser uma excelente fonte de ômega 3. Os resultados dos índices de antiaterogênico, antitrombogênico e hipocolesterolêmico foram em média respectivamente (1.10, 2.04 e 0.84) ratificando a alta funcionalidade do óleo da pupunha e maior quantidade de ácidos graxos antiaterogênicos. Esses dados expressam aspectos de alta relevância para a indicação deste fruto para consumo direto e o aproveitamento nos diversos segmentos industriais.