Ecologia trófica de Geophagus altifrons e G. argyrostictus (Cichliformes: Cichlidae) na área de influência da UHE Belo Monte, rio Xingu, Brasil

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

08-07-2022

Título(s) alternativo(s)

Tipo de acesso

Acesso Abertoaccess-logo

Citar como

FERREIRA, Giovana Teixeira. Ecologia trófica de Geophagus altifrons e G. argyrostictus (Cichliformes: Cichlidae) na área de influência da UHE Belo Monte, rio Xingu, Brasil. Orientador: Luciano Fogaça de Assis Montag. 2022. 29 f. Trabalho de Curso (Licenciatura em Ciências Biológicas) – Faculdade de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2025. Disponível em: . Acesso em:.
O rio Xingu é um dos afluentes do rio Amazonas que tem seus ciclos hidrológicos marcados pelos sucessivos eventos de cheias e secas, denominados pulso de inundação. Tal dinâmica hidrológica é um dos principais preditores dos aspectos ecológicos dos peixes amazônicos, como, por exemplo, os alimentares. Apesar de bem documentado, o efeito do pulso de inundação não é amplamente conhecido para uma importante fração da ictiofauna. Sendo assim, nosso objetivo nesse trabalho foi avaliar a influência dos períodos hidrológicos na ecologia alimentar de Geophagus altifrons e G. argyrostictus na região da Volta Grande do Xingu, região sob influência da UHE Belo Monte. A fim de entender a influência da vazão na ecologia alimentar das espécies, nós analisamos a composição e intensidade alimentar, além da amplitude e sobreposição de nicho ao longo dos períodos hidrológicos. Realizamos coletas mensais no período de dezembro/2020 a novembro/2021, utilizando malhadeiras. Após a captura, os peixes foram medidos, pesados e tiveram o trato digestivo removidos. Em laboratório, o conteúdo do trato digestivo dos espécimes foi analisado, onde os itens alimentares eram identificados e pesados. Os dados foram submetidos ao Índice de Importância Alimentar (IAi%), onde a dieta de G. altifrons foi composta principalmente por sedimento (60,7%), plantas terrestres (31,4%) e insetos aquáticos (6,5%), enquanto que G. argyrostictus se alimentou de sedimento (90,6%) e plantas terrestres (6,3%). Porém, evidenciamos diferenças na composição da dieta entre os períodos hidrológicos para ambas os grupos, principalmente quando comparamos a dieta entre os períodos de águas alta (cheia e enchente) e águas baixas (vazante e seca). Esse resultado também refletiu na amplitude de nicho dos indivíduos, indicando dietas mais variadas durantes períodos de águas altas. Soma-se a isso a análise da sobreposição alimentar, a qual é maior em períodos de menor vazão. Por fim, a intensidade alimentar dos espécimes analisados se manteve estável em todos os períodos. Os resultados evidenciaram estratégias alimentares distintas de ambas os espécimes entre os períodos hidrológicos, ressaltando a importância do pulso de inundação na ecologia de Geophagus. Destacamos, ainda, que os efeitos da desregulação da dinâmica hidrológica do rio Xingu estão longe de serem esclarecidos, e que os resultados obtidos no presente estudo podem contribuir com novas e importantes informações ecológicas sobre o comportamento dos espécimes de Geophagus no pós-barramento.

Fonte

1 CD-ROM

Fonte URI

Disponível na internet via correio eletrônico: bibbiologicas@ufpa.br