Dolomitos lacustres da Formação Alcântara (Cretáceo Superior), Bacia de São Luís, Maranhão: paleoambiente, microbialitos e icnofósseis

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27-07-2021

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SOARES, Tatianny Cristina Queiroz. Dolomitos lacustres da Formação Alcântara (Cretáceo Superior), Bacia de São Luís, Maranhão: paleoambiente, microbialitos e icnofósseis. Orientador: Joelson Lima Soares. 2021. 52 f. Trabalho de Curso (Bacharelado em Geologia) - Faculdade de Geologia, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Pará, Belém, 2021. Disponível em:https://bdm.ufpa.br:8443/jspui/handle/prefix/3834 . Acesso em:.
A Formação Alcântara, datada entre o Neoalbiano e o Cenomaniano (~105 Ma), apresenta camadas dolomíticas esbranquiçadas com características microbialíticas em depósitos lacustres localizados na Praia da Baronesa. O objetivo deste trabalho é entender a gênese destes dolomitos baseada na interpretação de suas estruturas sedimentares e biogênicas, e tecer considerações paleoambientais e paleoecológicas. Para isto, foi realizado trabalho de campo, e após esta etapa, ocorreu o trabalho em laboratório com tratamento das amostras, análise petrográfica, das estruturas microbiais e icnológica. Após estas análises, foram descritas quatro microfácies carbonáticas nos depósitos estudados, sendo elas: dolomudstone maciço (MF1); dolomudstone com laminações irregulares e crenuladas (MF2); dolomudstone com laminações onduladas/enrugadas (MF3) e dolomicroesparito com laminação irregular (MF4). As microfácies são muito semelhantes entre si, e apresentam constituintes em comum como dolomita microcristalina, peloides, grãos terrígenos e raros bioclastos, sendo a principal diferença entre elas a textura. Apesar de interpretar estas feições como microbialitos, optou-se por não utilizar a nomenclatura própria para depósitos bioconstruídos proposta por Dunham (1962) até que se confirme a sua biogenicidade. Assim, foi utilizado a nomenclatura para rochas abiogênicas, mas sempre que possível destacando as feições microbiais. Também foram descritos cinco icnofósseis, sendo eles Palaeophycus, Phycodes, Taenidium, Thalassinoides e Rhizocorallium. E por fim, foi possível propor um novo modelo evolutivo para a área estudada em seis estágios: 1) Subsidência e deposição das camadas de argilas e siltes em águas provavelmente salinas a salobras; 2) Aumento da salinidade com precipitação de carbonatos por intermédio da ação de microorganismos e supressão da sedimentação siliciclástica; 3) Seguido de bioturbação intensa e temporária por organismos sedimentófagos e detritívoros; 4) Colonização permanente do substrato por crustáceos decápodes que construíam galerias no carbonato coeso e a instalação de vegetação; 5) O nível do lago começa a baixar provavelmente relacionada a uma maior aridez e alta taxa de evaporação, expondo os dolomitos a ação de águas meteóricas e por último 6) ocorre o aumento do nível da lâmina d’água dentro da laguna e consequentemente o aumento da taxa de sedimentação siliciclástica fina que suprimiu a sedimentação carbonática. Este ciclo se repetiu pelo menos mais três vezes até o início da fase transgressiva que deu origem aos depósitos siliciclásticos da Formação Cujupe.

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